As atividades de fiscalização, visando informar aos criadores quanto aos riscos do uso da cama aviária para complementação alimentar do rebanho na região de Vitória da Conquista, alcançaram seu objetivo. No total, as equipes da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), órgão vinculado à Secretaria da Agricultura, realizaram 11 ações fiscalizatórias com duas colheitas de material para análise. Além disso, cerca de 100 pessoas em 20 propriedades receberam informações dos técnicos da Agência e apoiaram a iniciativa de cunho educativo da instituição.

A “cama de frango”, nome popular dado a este alimento, é composta por dejetos, penas e resíduos de ração acumulados nos pisos das granjas. Sua utilização é proibida em todo o Estado e pode trazer sérios riscos aos animais como a transmissão da Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), mais conhecida como “Mal da Vaca Louca”. A doença é uma zoonose, ou seja, enfermidade que pode ser transmitida ao homem, através da ingestão de carnes contaminadas.

“As campanhas de esclarecimento e as ações de fiscalização estão alcançando êxito porque há o envolvimento e a consciência do criador no que diz respeito ao combate das enfermidades que acometem o rebanho”, ressalta o Coordenador do Programa de Raiva dos Herbívoros, José Neder, lembrando que, periodicamente, a Adab realiza fiscalizações no abate de bovinos, caprinos, ovelhas e bubalinos, e faz exames em animais com suspeita de doenças nervosas, como medida preventiva contra o Mal da Vaca Louca.

Segundo a Organização Mundial de Saúde mais de 200 pessoas já morreram contaminadas pelo Mal da Vaca Louca em todo o mundo. Diante disto, a Adab publicou a Portaria Estadual nº 441/2008, proibindo o uso da cama de frango. A medida teve total apoio do Ministério da Agricultura (Mapa), Ministério Público e da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia (Faeb) e Comitê Estadual de Controle da Raiva dos Herbívoros e Outras Encefalopatias Transmissíveis. “Não temos registros de ocorrência da EEB no país, pois o sistema de alimentação do rebanho brasileiro utiliza, majoritariamente, capim”, diz o Diretor Geral da Adab, Paulo Emílio Torres. “E as nossas ações educativas e fiscalizatórias visam manter o rebanho longe dessa doença”.

Ascom / Adab