Os impactos econômicos e sociais causados por uma eventual entrada da praga huanglongbing (HLB) na citricultura baiana é o tema da primeira dissertação a ser defendida no curso de Mestrado Profissional da Universidade Federal do Recôncavo (UFRB) em parceria com a Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) e Embrapa, pelo engenheiro agrônomo da Adab, José Mário Carvalhal. A defesa acontece no próximo dia 30 de maio, às 8h, no auditório da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós Graduação. Segundo o estudo, a introdução do HLB em território baiano causaria reflexos pelos próximos 20 anos, podendo alcançar prejuízos da ordem de R$ 1,8 bilhão, caso não sejam adotadas medidas recomendadas de prevenção e controle do trânsito de material propagativo (mudas).

Por intermédio da Adab, órgão vinculado à Secretaria da Agricultuira (Seagri), a Bahia ostenta a condição de “Área Livre de HLB” e, exatamente por isso, possui um Plano de Contingenciamento, estabelecendo estratégias para manter os pomares baianos livres da praga. Mais conhecida como greening, o HLB é uma das pragas mais destrutivas que afetam a cultura dos citros. “Vale ressaltar que 80% da produção de citros do Estado vem da agricultura familiar e, portanto, os efeitos sociais da introdução do greening em território baiano seriam devastadores”, alerta Carvalhal. “E para salvaguardar a cadeia produtiva dos citros, faz-se necessário compreender a dinâmica populacional dos vetores da praga, as condições ecológicas, sociais e ambientais, bem como estar sempre alerta para as possibilidades de entrada da praga nos pomares baianos”, completa.

O Estado ocupa o segundo lugar no ranking nacional na produção de citros e é responsável por 5,5% da produção de laranja do país. “Temos as condições de fitossanidade ideais para a cultura dos citros na Bahia, que desperta o interesse de investidores no Estado, face às vantagens competitivas da citricultura local”, avalia o diretor Geral da Adab, Paulo Emílio Torres, ressaltando que estudos como esse estimulam a implantação de novas áreas para o cultivo.

“Diante deste cenário os esforços para implementar ações de defesa fitossanitária precisam ser redobrados para impedir prejuízos futuros”, acrescenta o diretor de Defesa Vegetal da Adab, Armando Sá, lembrando que o Recôncavo Baiano e o Litoral Norte são os principais polos produtores.

Ascom / Adab