O Estado atende todos os requerimentos fitossanitários exigidos e a Comitiva Chinesa tem por objetivo finalizar processo de exportação do tabaco baiano

A delegação Chinesa, que vai avaliar a sanidade no armazenamento do tabaco com vistas à exportação da folha e do fumo, chegou ontem (06) a Salvador e esteve reunida, hoje (07), com os representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), órgão vinculado a Secretaria de Agricultura (Seagri). Durante a reunião, foi anunciada a manutenção do status fitossanitário para livre do Mofo Azul do Tabaco no Estado, renovada todos os anos após levantamento fitossanitário.

Três dos oito integrantes da comitiva receberam informações sobre a cadeia produtiva do tabaco e das ações de defesa fitossanitária exigidas no protoloco firmado para a exportação. O encontro aconteceu no auditório da Superintendência Federal da Agricultura e reuniu os técnicos do Ministério da Agricultura, Fiscais Agropecuários, Engenheiros Agrônomos da Adab, além de representantes do setor produtivo.

Coordenadas pelos profissionais da unidade da Adab em Feira de Santana, Aurino Soares e Cleômenes Torres, as ações realizadas em 2012 para a manutenção do status abrangeram 212 inquéritos, com 30 coletas de amostras, dando todas negativas. A metodologia utilizada foi por meio de georeferenciamento, inspecionando todas as linhas de plantio para coleta de amostras e aplicando inquéritos fitossanitários em 10% das propriedades produtoras do tabaco. “Isso tudo é resultado de um trabalho em conjunto que ocorre desde 2009 quando iniciaram os procedimentos para a certificação do tabaco baiano. Em 2010, após o resultado negativo para a presença do fungo “Peronospora Tabacina”, a Adab encaminhou um relatório ao Ministério da Agricultura e, em 2011, a Bahia foi caracterizada como primeira unidade da federação a ter Área Livre de Mofo Azul”, ressaltou o coordenador regional de Feira de Santana, Aurino Soares.

“Diante de mercados cada vez mais exigentes quanto aos padrões sanitários, a Adab tem uma responsabilidade ainda maior em garantir a qualidade dos produtos baianos, notadamente os oriundos da agricultura familiar”, destacou o diretor geral da Adab, Paulo Emílio Torres. “E compete à Adab creditar a segurança fitossanitária, através da manutenção de área livre do Mofo Azul, colocando o tabaco baiano em condições de competitividade fora do país”.

“Temos todas as ferramentas necessárias para garantir a qualidade sanitária da produção, auxiliando a sustentabilidade do agronegócio”, destacou o diretor de defesa vegetal da Adab, Armando Sá, lembrando que, para dar suporte às ações defesa, a Bahia dispõe de 43 barreiras ficas informatizadas e 23 móveis, além de um Centro Colaborador de Defesa e Pesquisa como respaldo científico para as atividades. “O que significa fiscalização intensa para a segurança sanitária de nossa produção”.

 

A Exportação – A Bahia hoje possui 4 mil hectares de área cultivada, com uma produção de 3.977 toneladas de tabaco por ano. Mais de 5 mil famílias produtoras sendo 80% da produção oriunda de agricultores familiares. O Estado é 5º maior produtor de tabaco no Brasil e o 2º maior produtor do Nordeste. Setor empresarial conta com 4 empresas de beneficiamento

A superintendente federal da Agricultura na Bahia, Virgínia Hage, acredita que a exportação do tabaco terá um efeito multiplicador e o trabalho desenvolvido pela Adab contribuiu para o fortalecimento do setor, promovendo um salto qualitativo do produto. “A Bahia produz o melhor tabaco do Brasil e quem sabe do Mundo! É sempre uma honra receber delegações estrangeiras interessadas em produtos e matérias-primas baianas. Isso é o reconhecimento do trabalho e empenho de todos os profissionais envolvidos”, afirmou a superintendente, lembrando que três tipos de tabaco são cultivados na Bahia (Brasil, Sumatra e Cuba), voltados para a fabricação do charuto.

Com a manutenção deste status, a Bahia pode ampliar exportação do tabaco para a China, bem como do charuto produzido na Região do Grande Recôncavo, principalmente no município de Cruz das Almas, responsável por 90% do tabaco produzido no Estado. “Temos um dos melhores fumos aromáticos do mundo, geramos emprego e renda para milhares de pessoas no campo e na cidade e a qualidade dos nossos produtos é reconhecida internacionalmente”, salientou o Secretário Estadual de Agricultura, Eduardo Salles. “A exportação dos charutos para a China vai impulsionar o desenvolvimento da região, reerguer a economia local e abrir um nicho de mercado para a agricultura familiar”, completou.

Para o diretor do Departamento de Sanidade Vegetal do Mapa, Cosam Coutinho, a exportação do tabaco representa não apenas a consolidação da qualidade do nosso produto, mas também o rompimento de barreiras comerciais e a abertura de novos mercados. ”O Governo cumpriu com seu compromisso defendendo os interesses do Brasil e dos produtores sempre comprometidos com os respaldos técnicos. Esta é a tônica do trabalho! Agora está nas mãos dos produtores à finalização do processo de exportação”, incentivou Coutinho, lembrando que o Governo continuará dando todo apoio para que, no futuro, a Bahia também exporte o charuto.

Comitiva Chinesa - Fruto da Missão que auditou a produção de tabaco da Bahia em maio de 2011, coordenada pelo Secretário Estadual da Agricultura, Eduardo Salles, a comitiva Chinesa composta por oito representantes da República Popular da China e do Departamento de Sanidade Chinês permanecerá na Bahia até o dia 11 de junho para conhecer, in loco, as ações realizadas pela defesa agropecuária no Estado, o processamento do tabaco e finalizar o processo de exportação do da folha e do fumo baiano.

No sábado (08), já com a delegação completa, a Comitiva Chinesa segue para o município de Cruz das Almas no período da tarde, onde visitará as Exportadoras Fumex, Dannemann e Ernor para conhecer e analisar a forma de armazenamento do tabaco. A programação, até o dia 11, ainda inclui visitas a áreas de processamento, plantio e laboratórios da Embrapa, bem como apresentações culturais da região. No dia 12 de junho, quarta-feira, acompanhada pelo representante da Adab, Cleômenes Torres, a comitiva embarca para Maceió, Alagoas, retornando à China apenas no sábado (15).

Ascom/Adab

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