Diante da confirmação de um foco da Língua Azul (LA) em propriedade de criação de ovinos no município de Vassouras, Rio de Janeiro, a Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), órgão vinculado à Secretaria de Agricultura e Pecuária, encontra-se atenta para atender as notificações oficiais, proporcionando maior segurança aos rebanhos do Estado. A Língua Azul é uma doença de notificação obrigatória, faz parte da listas de doenças vesiculares para o diagnóstico diferencial da Febre Aftosa e não é transmitida ao homem.

O coordenador do Programa Estadual de Sanidade de Caprinos e Ovinos (PESCO), Marcello Conceição, solicita aos criadores que notifiquem oficialmente a Adab ao constatarem qualquer sintoma nos ruminante. A equipe da Agência irá conduzir às ações de saneamento do foco, que deve ser iniciada a investigação epidemiológica em até 12 h da notificação, baseado em ações de Defesa Sanitária Animal, além do devido diagnóstico. “A notificação imediata da suspeita da doença ao órgão de defesa sanitária do Estado (Adab) é a medida mais eficiente para diagnosticar a doença e tomar as medidas para seu controle e prevenção”, orienta o coordenador.

Os principais sintomas são o aumento da temperatura (febre), perda o apetite, emagrecimento progressivo, vermelhidão de mucosa, lacrimejamento, secreção nasal, inchaço na cabeça principalmente orelhas, mandíbulas, face e língua, com cianose de mucosa, além de apresentar ferimentos na boca. Ainda pode ocorrer claudicação com lesões de casco e ocasionar o óbito, causando graves prejuízos econômicos à produção das propriedades atingidas.

 A Agência informou também que o Estado não tem notificação nem relato de caso desta enfermidade nos rebanhos baianos. “A Adab continua monitorando as ocorrências sanitárias da Bahia e, a qualquer alteração inesperada ou excepcional que coloque em risco a saúde animal, a saúde pública e a segurança alimentar, a equipe de profissional da Agência adotará os procedimentos técnicos, fundamentados cientificamente e com base nas recomendações Federais”, completa o diretor de Defesa Sanitária Animal, Rui Leal.

Aspectos Epidemiológicos

Tomando como base o parecer técnico do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a língua Azul ocorre em ruminantes domésticos e silvestres por infecção viral. A Língua Azul (LA) faz parte da lista de doenças vesiculares e de diagnóstico diferencial para Febre Aftosa é uma doença viral, não contagiosa, cujos maiores transmissores são os insetos conhecidos como mosquito pólvora ou maruins.

A doença geralmente se manifesta em ovinos e esta espécie tende a ter maior susceptibilidade para manifestações clínicas graves. Agulhas contaminadas e agentes biológicos como piolhos, carrapatos e moscas também podem atuar como vetores mecânicos do vírus, assim como, a transmissão intra-uterina e através de sêmen ou embriões também possuem potencial para infecção caso o reprodutor ou matriz sejam coletados no momento em que estiverem com o vírus na circulação sanguínea.

Caso constatado no RJ

De acordo com o Mapa, a ocorrência na propriedade do Rio de Janeiro o caso foi provavelmente originado pela introdução de ovinos originários de outro estado do País e que nunca haviam sido expostos ao vírus anteriormente, havendo desta maneira, maior susceptibilidade da ocorrência da doença nestes animais. Todas as propriedades com vínculo epidemiológico já formam investigadas, inclusive em outros Estados e não formam detectados novos casos da doença.

O Mapa conclui que pelo cenário clínico e epidemiológico atual não há necessidade de configurar situação sanitária que justifique a aplicação de medidas emergências, como a importação de vacinas não testados no Brasil e que não há garantia de imunização do nosso rebanho nacional.

Ascom Adab