Produtores do Vale conhecem novas tecnologias de combate às moscas-das-frutas

A fruticultura é a principal atividade econômica da região e se as moscas-das-frutas (Ceratitis capitata) não for combatida, pode causar prejuízos de até R$ 1 bilhão. Diante disso, a Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), vinculada à Seagri, participou do workshop sobre o enfrentamento à situação de Emergência Fitossanitária para a fruticultura do Vale do São Francisco. O objetivo foi orientar os produtores sobre a necessidade de se adotar, efetivamente, as medidas fitossanitárias no controle populacional da praga, através da apresentação de iniciativas de sucesso em outras regiões do Brasil.

O evento organizado pela Sociedade Brasileira de Defesa Agropecuária (SBDA), SEBRAE/BA e Moscamed Brasil aconteceu durante todo o dia de hoje (12), no auditório da CODEVASF e reuniu cerca de 150 participantes, entre produtores rurais, extensionistas, responsáveis técnicos, profissionais de fiscalização agropecuária, distribuidores de insumos agrícolas, representantes de indústrias de insumos agrícolas e pesquisadores da região. Na cerimônia de abertura, o diretor geral da Adab e presidente da SBDA, Paulo Emílio Torres, deixou claro que o momento é de buscar soluções para produção e comercialização de frutas no Vale, atualmente afetada por uma alta infestação das moscas-das-frutas.

O diretor executivo da Moscamed Brasil, Jair Fernandes Virginio, apresentou algumas demandas dos produtores, a exemplo do descarte de resto de frutas sem controle dos órgãos oficiais, a necessidade de autorizar produtos químicos e a implantação da Área de Proteção Fitossanitária do Vale do São Francisco, como forma de impedir a entrada de pragas nas lavouras da região e garantir sanidade da fruticultura.

“No Vale foram encontradas 98,9% das moscas da espécie Ceratitis capitata e a infestação atinge todas as culturas implantadas no Vale do São Francisco, exceto no coco. O resultado será a depreciação do produto, o aumento dos custos da produção, a perda de 240.000 empregos diretos no campo (fonte instituto da fruta) e dos mercados interno e externo”, acrescentou Jair, lembrando que não adianta o produtor investir em produção e tecnologia se não investir na fitossanidade.

A ADAB orientou os produtores sobre a necessidade das ações para o monitoramento da praga, sendo proativos e fazendo a sua parte no combate às moscas-das-frutas, a exemplo do manejo cultural, com a realização periódica de podas de aeração, manutenção da área da propriedade limpa, sem a presença de frutos caídos no solo e catação de frutos em estágio avançado de maturação, com posterior destruição; medidas de exclusão, evitando o plantio ou manutenção de plantas hospedeiras desses insetos próximos às áreas de produção comercial de frutas; e controle biológico, com a técnica do inseto estéril.

Recentemente, em junho deste ano, os fiscais da Adab monitoraram uma área de aproximadamente 3 mil hectares de 153 produtores, dentre eles 134 cultivando de manga e 19 com uva, e instalaram 494 armadilhas, sendo 454 em cultivares de manga e 40 de uva. “Nosso papel é fiscalizar, mas o produtor precisa ter a consciência de executar as atividades em prol do desenvolvimento da produção na região. Digo sempre que fazemos defesa agropecuária para o produtor, mas, principalmente, com o produtor”, disse Paulo Emílio Torres, lembrando que o não cumprimento das obrigatoriedades de controle levará ao descredenciamento do produtor do Programa de Controle de Moscas-das-Frutas, bem como o cancelamento do Registro do Pomar junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Com 45 mil hectares, 17 mil dos quais cultivados por 2.800 agricultores familiares, o Vale do São Francisco é responsável por 98% das exportações de uva e 92% das exportações de manga do país.

Ascom Adab, com informações da Ascom Seagri e Moscamed

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