O Laboratório de Sanidade Animal (Ladesa) da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), vinculada à Secretaria Estadual da Agricultura, adquiriu recentemente um Kit para diagnóstico laboratorial da Peste Suína Clássica (PSC), através da técnica de ELISA, antes realizado em outro estado. Já foram processadas 74 amostras de soro sanguíneo de suínos provenientes das Zonas de Proteção e de Vigilância, bem como de matadouros-frigoríficos, sendo todas negativas para a PSC. 

As provas utilizadas para diagnóstico laboratorial na investigação do soro sanguíneo na vigilância recomendada pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) são soroneutralização, imunofluorescência indireta (IFI), ensaio imunoenzimático (ELISA). 

O diretor de Defesa Sanitária Animal da ADAB, Rui Leal, informou que, durante a realização da sorologia para o pleito deste reconhecimento, as amostras eram enviadas ao Lanagro, laboratório oficial do Ministério, demorando mais para a obtenção dos resultados. 

“A realização deste diagnóstico na Bahia vai facilitar o processo de vigilância epidemiológica como uma das ferramentas para a manutenção do status internacional de livre de PSC sem vacinação, concedido recentemente pela OIE, em maio deste ano, já que será preciso realizar, anualmente, o inquérito soroepidemiológico nos planteis para comprovar a ausência da circulação viral no estado”, esclareceu. A Bahia tem uma população suídea cadastrada de 630 mil animais, a grande parte é de criação de subsistência, com 1.322 granjas produtoras registradas. 

O coordenador do LADESA, Jorge Ribas, esclarece que o laboratório possui a acreditação do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) para a realização de diagnósticos em doenças que podem vir a acometer os rebanhos. Com essa chancela do Inmetro, a ADAB pode realizar exames para o diagnóstico de Peste Suína Clássica (PSC), Brucelose, Leptospirose, Anemia Infecciosa Equina (AIE), Mormo, Encefalopatia Espongiforme Transmissível (EET) ou Vaca Louca, Raiva, Artrite Infecciosa Caprina (CAE) e Doença De Aujeszky (pseudo raiva), além para Lentivirose, estando apto a realizar diagnósticos solicitados por instituições ou profissionais de qualquer região do país. 

A PSC 

A PSC, também conhecida como febre suína ou cólera dos porcos, é uma enfermidade hemorrágica contagiosa, de notificação obrigatória à ADAB, e com alta letalidade aos suínos. A doença é causada por um vírus RNA envelopado, pertencente à família Flaviviridae e gênero Pestevirus, e caracteriza-se por febre alta, prostração e hemorragia dos seguintes órgãos: linfonodos, rins e baço, além de hemorragia da membrana serosa. Caracteriza-se ainda por anorexia, depressão, dificuldade de locomoção, manchas avermelhadas pelo corpo e conjuntivite.

O vírus é bastante resistente, persistindo por longos períodos em carnes salgadas ou congeladas. Foi no século XX que sua etiologia foi estabelecida, embora tenha sido reconhecida pela primeira vez no século XIX. No Brasil, a infecção era endêmica em várias regiões até a década de 1980, quando foram implantados Programas Oficiais do Ministério da Agricultura de Combate e Erradicação da Peste Suína, sendo uma das doenças mais importantes dos suínos domésticos, portanto considerada de notificação compulsória. 

A ocorrência do último foco no Brasil se deu no ano de 2009 no estado do Rio Grande do Norte, entretanto, esforços estão sendo empregados para tornar todo o território em área livre da doença. No Brasil, as regiões sul, sudeste e centro-oeste e os estados da Bahia, Sergipe, Acre, Rondônia, Tocantins, bem como alguns municípios do Amazonas, foram reconhecidos internacionalmente como livres da PSC sem vacinação. 

10/06/2016
Amanda Almeida
Assessora de Comunicação
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