Em mais uma ação no combate à brucelose bovina na Bahia, a Coordenação Estadual do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose (PNCEBT) da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) visitou, entre os dias 13 e 17 de junho, laticínios de Mundo Novo, da regional de Miguel Calmon, para coleta de leite e realização de diagnostico de brucelose, através do teste do anel do leite ou “ring test”.

A Brucelose nos rebanhos causa aborto no fim de gestação em vacas e búfalas, ou o nascimento de bezerros fracos, que morrem em seguida, além de retenção de placenta e metrite. Nos touros, a bactéria uma vez instalada nos epidídimos e testículos, pode levar à esterilidade. Mas, o diretor de Defesa Sanitária Animal da ADAB, Rui Leal, diz que o maior perigo está no risco de infecção ao homem, seja pelo contato direto na manipulação do feto abortado e da placenta, ou da secreção vaginal após o aborto. “Destaco também o risco de contaminação pela ingestão de leite e seus derivados crus e não pasteurizados de vacas doentes, além da carne”, disse Leal.

De acordo com a coordenadora estadual do PNCEBT, Luciana Niedersberg de Ávila, a prevenção da brucelose no homem deve passar pela redução da ocorrência nos animais, assim orientamos os criadores para a vacinação das bezerras, a realização de exames nos animais adultos antes de introduzirem em seus rebanhos, o consumo de alimentos inspecionados e o uso de vestimentas de proteção para quem trabalha em contato próximo aos animais.

Existe também o risco em acidentes vacinais, uma vez que a vacina utilizada contém a Brucella viva, mas inativada. Assim, veterinários, vaqueiros, tratadores, magarefes, vacinadores e laboratoristas são mais susceptíveis à doença. A vacinação obrigatória das bezerras entre 3 a 8 meses, o controle de trânsito agropecuário e aglomerações, a exemplo de feiras e leilões, são importantes ações adotadas pelo PNCEBT no Estado no combate a esta enfermidade, porém medidas de vigilância ativa na busca de focos de brucelose são importantes ações complementares.

Tratamento da brucelose em humanos

Na Bahia não existe um protocolo oficial de tratamento da brucelose em humanos. Alguns Estados do Brasil, a exemplo do Paraná e Santa Catarina, já possuem um protocolo de tratamento da brucelose humana, o que facilita o diagnóstico e posterior tratamento da doença. Segundo o Conselho Regional de Medicina Veterinária de Santa Catarina, o tratamento é prolongado e com o uso de antibióticos específicos. Em alguns pacientes o quadro persiste por mais de um ano com complicações osteo-articulares em 20% a 60% dos casos, febre e abscessos em certos órgãos, em casos mais graves pode levar a óbito.

A Coordenação do Programa Estadual da Brucelose Humana da Diretoria de Vigilância Epidemiológica/Secretaria de Saúde de Santa Catarina informou que em 2012, ano em que o Protocolo de Tratamento da Brucelose Humana foi adotado, houve 25 pessoas reagentes a  doença, em 2013 foram 74 pessoas, em 2014 foram 20 e em 2015 este número subiu para 130 pessoas. 

15/06/2016
Amanda Almeida
Assessora de Comunicação
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