Para sanar os danos causados pela mosca negra na cultura do citros na Bahia, aconteceu o Seminário de Controle da Mosca Negra dos Citros, na quinta-feira (16), no auditório da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), no município de Cruz das Almas, Recôncavo baiano. Este evento é conseqüência da implementação do Plano de Ação do Controle da Mosca Negra, da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), que define métodos de manejo e mitigação da praga.

O encontro, que contou com a participação de técnicos de diversos órgãos governamentais e agricultores de todo o território, tem o objetivo de discutir medidas para combater a infestação da mosca dos citros e minimizar os prejuízos que os citricultores do Recôncavo estão acumulando desde 2012. De acordo com o Diretor de Defesa Sanitária Vegetal da ADAB, Armando Sá, para contornar a atual situação, foram estabelecidas estratégias e ações, a exemplo deste seminário, para que citricultores, técnicos e instituições envolvidas com a cultura possam conhecer melhor a praga e assim facilitar as ações de controle.

Para o representante dos agricultores do território, João Ribeiro, residente na comunidade de Bom Jardim, em Maragogipe, essa é a oportunidade de ouvir as propostas para resolver o problema da Mosca Negra, que está prejudicando a produção que é, para muitos agricultores, o único meio de sobrevivência e de geração de renda. “Estamos buscando apoio técnico e esperamos encontrar a melhor solução para combater essa praga”, disse o agricultor.

Durante o evento foi apresentada a primeira ação de controle à Mosca Negra do Citros, que será a supressão populacional por meio de duas aplicações de agrotóxicos, com intervalo de 30 dias, e também com produtos alternativos, como óleo vegetal e detergente neutro. “Feito isso, os inimigos naturais serão reproduzidos na Biofábrica (proposta de criação contemplada no Plano) e liberados por inundação nos pomares cítricos. Os técnicos da ADAB e da Embrapa estão empenhados para encontrar soluções e direções para enfrentar esse problema, mas o produtor precisa fazer a parte que lhe cabe, adotando às medidas fitossanitárias para o combate efetivo dessa praga, que está infestando as plantações da citricultura na região”, disse a coordenadora do Projeto Fitossanitário do Citros da ADAB, Suely Xavier, lembrando que os agricultores também serão estimulados a adotarem boas práticas de manejo da cultura, especialmente com o uso de mudas de boa qualidade, uso racional de fertilizantes e dos recursos naturais.

O evento realizado em parceria com a Embrapa, o Consórcio de Prefeitos do Recôncavo e o Colegiado Territorial contou também com a presença dos representantes da SDR, o coordenador do SETAF/Recôncavo, Felipe Viveiros, da Embrapa, Francisco Laranjeiras, da Seagri, do presidente da Associação das Cooperativas de Apoio a Economia Familiar (Ascoob), Sammy Gesteira Roiter, da ADAB no território, Lousane Lordelo Cerqueira, do Consórcio de Prefeitos do Recôncavo, Eládio Bahia e dos agricultores do Recôncavo, João Ribeiro.

O Plano

A criação do Plano foi motivada pela queda da produção de citros na região do Recôncavo desde 2014, causada pela mosca e, mais precisamente, pelo fungo Fumagina. A Mosca Negra dos Citros (Aleurocanthus woglumi) foi detectada pela primeira vez no Brasil em 2001, na região metropolitana da cidade de Belém, no Pará. De origem asiática, essa praga causa danos diretos e indiretos aos citros e prejudica o desenvolvimento e a produção das plantas. A característica biológica da mosca dificulta o controle e facilita a disseminação, sobretudo em relação aos pequenos produtores.

“A citricultura é de extrema importância para a economia baiana, especialmente por ser uma cultura responsável pela movimentação de mercado e geração de empregos na região do Recôncavo. Em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Rural do Estado (SDR), a Secretaria da Agricultura Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura do Estado (Seagri) está empenhada em restaurar a citricultura baiana”, ressalta o secretário da Agricultura, Vitor Bonfim, que esteve reunido, na terça-feira (14), com representante todos os órgãos envolvidos e ainda contou com a contribuição do especialista em mosca negra, o professor Wilson Mello Maia, da Universidade Federal Rural da Amazônia (Pará), para tratar dos aspectos científicos do Plano.

A Bahia é o segundo maior produtor nacional de citros, com área plantada de quase 64 mil hctares, produzindo 169.928 toneladas de frutos e gerando uma receita bruta de R$ 74,9 milhões (IBGE/SIDRA, 2014). Trata-se de uma cultura importante na geração de renda de médios produtores e na agricultura familiar. 


17/06/2016
Ascom/ADAB, com informações da Ascom/SDR
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