Caracterização da Citricultura Baiana como Área de Não Ocorrência de Cancro Cítrico

Dentre as ameaças fitossanitárias à citricultura baiana, o Cancro Cítrico (Xanthomonas citri sub. citri) é uma delas. Além de induzir sintomas que afetam a qualidade cosmética dos frutos, essa praga é capaz de restringir o trânsito interestadual e internacional de frutos cítricos.

Recentemente, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) publicou a Instrução Normativa 37 (setembro/2016) a qual estabelece critérios e procedimentos para caracterização do status do Cancro Cítrico em todo o território nacional.

A Unidade da Federação (UF) que não caracterizar seu território, a partir de Março de 2017, será classificada com Área de Risco desconhecido e por isso, ficará impedida de emitir Permissão de Trânsito de Vegetais (PTV), ou seja, não poderá comercializar frutos para outras UF´s, nem para outros países.

Sendo assim, para atender ao levantamento fitossanitário proposto pela IN 37/2016, a ADAB realizou dois treinamentos técnicos, nos meses de outubro e novembro, em Feira de Santana e Cruz das Almas, respectivamente, tendo capacitado um total de 35 colaboradores.

O treinamento teve por objetivo harmonizar os procedimentos da IN 37/2016 (metodologia, informações necessárias, prazos) e aplicar a instrução, propriamente dita, no campo.

O trabalho que deve amostrar, no mínimo, uma área correspondente a 10% de 66 mil ha plantados (IBGE, 2014), já concluiu os seguintes municípios na Chapada Diamantina (Itaberaba, Iaçu, Wagner, Utinga, Lençóis, Bonito, Mucugê, Livramento de Nossa Senhora, Rio de Contas e Piatã) e no Recôncavo Baiano (C. Almas, C. Almeida, Cabaceiras do Paraguaçu, Gov. Mangabeira, Jaguaripe, Laje, Muritiba, São Felipe, Dom Macedo Costa e Santo Antônio de Jesus).

Na primeira semana de dezembro, um contingente de 20 técnicos da ADAB estará iniciando os trabalhos no Litoral Norte da Bahia, atendendo inicialmente aos municípios de Rio Real, Entre Rios, Inhambupe, Sátiro Dias e Itapicuru.

Além do levantamento fitossanitário em que estão sendo implementados, no mínimo, 20% das plantas de cada unidade de produção, viveiros, áreas não comerciais, as unidades de consolidação (UC) - igualmente conhecidas como packing house, também são alvo da ação dos fiscais da ADAB.

Em 24 e 25 do corrente, a ADAB inspecionou uma UC em Muritiba, tendo detectado a presença de 10t de frutos de Lima Ácida Tahiti, sem qualquer documentação fitossanitária que confirmasse a origem do material. O material foi coletado e encaminhado uma amostra de frutos para análise na Clínica Fitopatológica da EMBRAPA/CNPMF, em Cruz das Almas, BA.

Assim, mediante o amparo da Portaria Estadual 119/2015, a qual proíbe o beneficiamento e/ou o rebeneficiamento de material procedente de outras UF´s, a referida partida foi apreendida e destruída. A operação foi conduzida pelos técnicos da Gerência de Cruz das Almas e apoiada pela Secretaria Municipal de Agricultura de Muritiba.

A ação descrita acima faz parte de um conjunto de medidas que visam minimizar o risco de introdução de novas pragas no território baiano, a exemplo do Cancro Cítrico, haja vista que a bactéria (agente causal) pode ser disseminada por essa via, a longas distâncias e, se encontrar condições ambientais favoráveis e hospedeiros susceptíveis, se estabelece e promove danos econômicos à cadeia produtiva.

Wagner Machado
Assessoria de Comunicação
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