ADAB realiza ação fiscalizatória em Cabaceiras do Paraguaçu

Visando coibir o uso de proteínas e gorduras de origem animal na alimentação de ruminantes, no município de Cabaceiras do Paraguaçu, a Agência Estadual de Defesa Agropecuária (ADAB), vinculada à Secretaria da Agricultura (SEAGRI), realizou ação fiscalizatória em um estabelecimento rural do município, onde comprovou o uso de cama aviária na alimentação de bovinos.

A utilização de cama aviária é um procedimento proibido para alimentação de animais, pois este produto possui restos de ração de aves que contém proteínas de origem animal em sua composição levando ao risco de surgimento do "Mal da Vaca Louca" (EEB - Encefalopatia Espongiforme Bovina), nos animais.

Na ação foram detectados oito bovinos alimentando-se da cama aviária. Após atuação realizada pelos técnicos da ADAB, os animais foram encaminhados para o abate no frigorífico Frifeira, que é supervisionado pelo Serviço de Inspeção Federal (S.I.F.).

Esta medida faz parte de um conjunto de ações que visam à prevenção da ocorrência da doença no Estado, mantendo o Brasil sob o risco insignificante da enfermidade sendo esta, a melhor classificação que a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) pode conferir a um país. Para isso, é papel da ADAB reforçar junto aos produtores, que não utilizem este produto ou rações sem a Inspeção Estadual (S.I.E.) ou Federal (S.I.F.), pois estarão sujeitos as sanções impostas pela Portaria 41 do MAPA e Portaria 441 Estadual.

"Mal da Vaca Louca"

O Brasil já registrou dois casos da enfermidade na sua forma atípica, no Paraná em 2012 e no Mato Grosso no ano de 2014.

O Brasil continua livre e com status de risco insignificante para a EEB clássica. Está doença impõe ao país restrições comerciais a exportação de carne.

A doença é provocada por um príon, que é uma proteína modificada que, quando ingerida pelos bovinos irá provocar a enfermidade e no homem, quando este se alimenta de bovinos contaminados.

O valor registrado pelo MAPA é de mais de 1,8 bilhões de dólares em 2013, em prejuízos com exportação, após a confirmação do caso no Paraná em 2012, ocorrendo inúmeras perdas com o fechamento de frigoríficos e demissões no setor agropecuário.

A doença

A Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) é uma doença priônica neurodegenerativa e fatal de rebanhos bovinos. A doença foi identificada no Reino Unido, em 1986, antes de se espalhar para a maioria dos países europeus. Estudos epidemiológicos indicaram que a administração de carne e ossos contaminados favorecia o surgimento da doença. Alimentos de origem animal foram considerados como principal causa de contaminação dos rebanhos.

A implantação de medidas de controle que levaram, em 2001, à total proibição do uso de produtos de origem animal na alimentação de herbívoros, permitiu que a epidemia de EEB fosse controlada na Europa. Entretanto, a origem do agente da EEB continua incerta: pode ser devido a uma doença espontânea e esporádica através da carne e ossos ou uma adaptação do agente de outra encefalopatia espongiforme transmissível, tal como scrapie.

Os resultados de estudos sobre a transmissão da EEB e scrapie em ratos transgênicos ainda não confirmou a origem ovina da EEB. Em 2003, duas novas cepas da EEB foram identificadas: Tipo-H na França e tipo-L na Itália. As duas cepas diferem entre si e da forma clássica da doença através das características bioquímicas das proteínas priônicas patológicas, das lesões cerebrais que se seguiram e do período de incubação nos animais modelo.

Wagner Machado
Assessoria de Comunicação
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