A agricultura familiar da Bahia marca presença na maior feira de produtos orgânicos, a BioFach, realizada até este sábado (16), em Nuremberg, na Alemanha. A feira reúne empresas, produtores, agências de fomento, representantes do mercado orgânico global e tem como característica ser uma feira de negócios, apresentando novos produtos, tendências de mercado e linhas de produtos. Representantes da Central Mata Atlântica, de Nilo Peçanha, da Associação dos Apicultores do Extremo Sul da Bahia (Apiexsu), em Teixeira de Freitas, e do assentamento Dois Riachões, em Ibirapitanga, estão dialogando com compradores de diversos países e aprendendo sobre a dinâmica do mercado orgânico e da produção orgânica que repercute em todo o mundo.
A viagem foi promovida pela Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), por meio do projeto Bahia Produtiva, executado pela Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional (CAR). Na programação, foi realizada uma visita à GEPA, uma empresa que compra produtos de vários países do hemisfério sul e garante ao consumidor que o produto seja de base sustentável, com acompanhamento e monitoramento de todo o processo de comercialização, vindo de comunidades rurais, indígenas e da agricultura familiar. No Brasil, a GEPA garante para o consumidor que haverá um pagamento ao agricultor com preço justo pelo produto.
A GEPA já comercializa, dessa forma, alguns produtos com matérias-primas da Bahia, como a laranja produzida pela Cooperativa Agropecuária Litoral Norte da Bahia (Coopealnor), com apoio do Bahia Produtiva. A empresa compra por preços acima do mercado para garantir ao consumidor uma 'premiação' pela compra da laranja da agricultura familiar, com certificação orgânica.
Segundo o assessor do Bahia Produtiva, Guilherme Martins, a visita teve o intuito de fortalecer e consolidar  a parceria da GEPA com essa cooperativa. “Apresentamos também outras oportunidades, como, por exemplo, o chocolate do litoral sul, amêndoas de cacau e também nibs de cacau para a produção de chocolate aqui na Europa, mel, guaraná e outros  especiarias do baixo sul. A ideia é fazer com o que a empresa  possa explorar esses produtos e possa ter uma parceria com cooperativas que tenham a produção na Bahia”
O agricultor Luciano Ferreira da Silva, do assentamento Dois Riachões, afirmou que a experiência de conhecer um pouco do mercado de orgânico mundial foi uma grande oportunidade. “Estamos vendo o que tem aqui de novidade e, ao mesmo tempo, buscando as oportunidades de conhecer  experiências novas e para levar para a Bahia, para melhorar cada vez mais a produção, a comercialização, a agroindustrialização dos nossos produtos”.