A edição 2020 da exposição nacional de caprinos e ovinos acontece na modalidade virtual e reúne, desde a segunda-feira (7) no Parque de Exposições da capital baiana, mais de 1 mil animais de diferentes raças e criadores de todo o país, até o próximo domingo (13).

Todos os protocolos técnicos e sanitários estão sendo rigorosamente seguidos para a realização do evento através da fiscalização dos agentes da Coordenação do Programa de Sanidade dos Ovinos e Caprinos da ADAB (Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia).

São muitos os cuidados sanitários adotados desde o planejamento à execução do evento fechado ao público e as atividades são realizadas à distância. "Os animais passam por exames clínicos antes de adentrar ao parque além do acompanhamento diário dos fiscais estaduais agropecuários e técnicos especializados de nossa equipe que aferem a sanidade dos rebanhos, o que já é uma rotina para que sejam autorizados os eventos agropecuários”, assegura o coordenador do Programa, Augusto Mesquita.

 “São cobrados os princípios técnicos de bem estar animal destas espécies dotadas de importante papel na difusão de tecnologia através da genética apurada e são checadas também todas as garantias sanitárias”, relata Augusto.

 

Repúdio baiano

 

No início da exposição, os técnicos da ADAB foram surpreendidos com a exigência do órgão de defesa agropecuária de Santa Catarina (Cidasc), obrigando os criadores daquele estado a realizarem exame sorológico para a febre aftosa em todos os animais antes de retornarem às propriedades catarinenses.

Esta medida fere a Instrução Normativa nº 48 do MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) que desobriga a realização destes exames em rebanhos que sem de zonas livres da Aftosa sem Vacinação com destino às zonas que ainda utilizam o imunizante para participar de eventos fiscalizados.

A ADAB lamenta o ocorrido e sai em defesa de seu corpo técnico. “A Febre Aftosa está erradicada há mais de duas décadas do território baiano, o último surto por aqui foi registrado em maio de 1997, então consideramos absolutamente desnecessária a atitude da agência de Santa Catarina que tantos transtornos trouxe aos criadores de seu estado durante a exposição em Salvador”, protesta Maurício Bacelar, diretor-geral da ADAB.

 O dirigente da autarquia ressalta que desde o aparecimento de casos da Peste Suína Clássica (PSC) em alguns estados do Nordeste, em janeiro de 2019, a ADAB tem adotado um cronograma de vigilância nas divisas com Pernambuco, Piauí, Sergipe e Alagoas, com o objetivo de impedir a entrada da doença na Bahia. “A Bahia funciona como zona tampão para barrar a doença, pois caso a PSC chegue ao nosso estado, Santa Catarina, um dos maiores exportadores de carne suína do país, perde a condição de exportador”, explica Maurício.

“Além do mais, rotineiramente animais são transferidos da Bahia para Santa Catarina para melhoramento genético dos rebanhos daquele estado, sempre com o zelo do quadro técnico da ADAB. A exigência ofende a defesa sanitária baiana e os profissionais adabianos que, mesmo de longe, tanto têm feito pela defesa sanitária do sul e do sudeste do Brasil”, conclui o diretor-geral da ADAB.


a  a