Gestora do planejamento de estratégias para monitoramento, controle, erradicação e manejo de pragas e doenças que afetam lavouras e rebanhos, respectivamente, a ADAB (Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia) dispõe de corpo técnico que atua em diversas frentes nos 417 municípios do estado e também responde pela capacitação de profissionais e trabalhadores adaptados à lida no campo. Em 21 anos de existência, pelo menos 5 mil pessoas foram capacitadas para agir na prevenção da Brucelose, zoonose de importância no registro sanitário animal, pois atinge o homem com consequências irreversíveis, em muitos casos, e três mil engenheiros agrônomos treinados para trabalhar na iniciativa privada.
Conhecer o campo, as principais pragas e também as alternativas de controle mais eficazes são as prerrogativas para que agrônomos autônomos e da iniciativa privada participem dos cursos promovidos pela autarquia, como explica Suely Brito, coordenadora do Projeto Fitossanitário dos Citros, doutora em Ciências Agrárias e uma das monitoras dos cursos organizados pelo engenheiro agrônomo Raimundo Ribeiro dos Santos, coordenador de Registro e Fiscalização da ADAB.
O cronograma de 2021 prevê seis novas turmas para os cursos de Certificação Fitossanitária de Origem (CFO-CFOC): Teixeira de Freitas (22 a 26 de março), Alagoinhas (26 a 30 de abril), Juazeiro (24 a 28 de maio), Cruz das Almas (19 a 23 de julho), Bom Jesus da Lapa (23 a 27 de agosto) e Seabra (20 a 24 de setembro). Durante cinco dias serão discutidos, entre outros temas, o trânsito interestadual de vegetais e o acesso ao sistema de informação de defesa agropecuária Siapec 3.
“A partir do treinamento e orientação com turmas limitadas por conta dos protocolos sanitários que determinam distanciamento social, os profissionais estarão aptos para atuar como Responsáveis Técnicos (RTs) na certificação de pragas em lavouras de mamão, banana, videira, citros e manga. Em anos anteriores, o treinamento envolveu ainda as pragas que atingem o café, coco, palma e tabaco”, ressalta Suely.
“Este ano, estaremos completando 37 turmas do curso na Bahia e além das aulas presenciais programamos a versão on line, caso necessárias, por conta das restrições impostas pela pandemia do Covid-19”, reforça.
“A capacitação colabora decisivamente para o sistema de vigilância fitossanitária pois cada profissional habilitado para emitir CFO-CFOC torna-se um colaborador na prevenção e controle de pragas, assegurando uma maior sanidade das diversas culturas e no incremento dos já excelentes resultados que a Bahia têm alcançado, a exemplo do título ostentado pelo Vale do São Francisco, de maior exportador de frutas do planeta e do município de Conde, no litoral norte, que hoje é o maior produtor de cocos do Brasil além da soja que, este ano, vai gerar uma safra recorde no oeste. O agronegócio corresponde a mais empregos, renda e valorização para os baianos e os produtos oriundos de nossa terra”, arremata Maurício Bacelar, diretor-geral da ADAB.
Xô Brucelose
A meta do Governo da Bahia é ampliar significativamente a cobertura vacinal da Brucelose no estado com a imunização de bezerras de bovinos e bubalinos entre 3 e 8 meses de idade. “Baixando a prevalência dessa zoonose, protegemos a saúde humana e evitaremos prejuízos aos produtores, pois a enfermidade causa abortos e até infertilidade nas fêmeas”, ressalta Luciana Ávila, coordenadora do Programa de Erradicação e Controle da Brucelose e Tuberculose Bovina na Bahia (PNECBT).
O maior desafio na preparação de novos agentes vacinadores é a atenção minuciosa exigida para execução do imunizante, uma vez que o aplicador manipula a vacina viva, o que significa potencial risco de contaminação através da bactéria causadora da Brucelose.
“Por isso, apenas abrimos turmas em regiões com grande carência de agentes, tornando imprescindível elevarmos a cobertura da vacina. Durante todo o curso, orientamos e cobramos dos alunos a utilização indispensável de equipamentos de proteção individual para evitar a contaminação. Em dois dias de aulas teóricas e práticas e outro exclusivo no campo para a vacinação das bezerras, detalhamos os cuidados que envolvem a realização da atividade que, nesse momento de pandemia, ainda se tornam maiores. Porém, vale lembrar, que o agente só poderá atuar caso seja cadastrado junto a um médico veterinário da ADAB que se torna responsável pelo acompanhamento das aplicações, mesmo que à distância”, pontua Luciana.
Novas Turmas
O primeiro curso de 2021 aconteceu em Ribeira do Pombal e reuniu alunos de nove municípios do Território Semiárido Nordeste 2, na segunda semana de janeiro. Até esta quinta (28), uma turma em Angical, distrito de Luís Eduardo Magalhães está sendo treinada pela médica veterinária Rejane Noronha. “São alunos já com conhecimentos práticos em agropecuária que, após o treinamento, poderão complementar a renda realizando o procedimento sob vigilância nossa, colaborando assim para aumentar a imunidade do rebanho em regiões onde existem poucos profissionais habilitados”, explica.
Os cursos de vacinadores são gratuitos e acontecem em parceria com o Senar (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural). Os critérios exigidos pela coordenação passam pela matrícula apenas de alunos alfabetizados e com idade superior a 18 anos de idade. Novas turmas já estão programadas para Irecê (2 a 4 de fevereiro), Iguaí (9 a 11 de fevereiro), municípios com alto número de bovinos.
Os interessados poderão procurar os escritórios nos municípios onde ocorrerão os cursos para realizar as inscrições.