O trânsito postal de plantas vivas e afins é proibido por lei mas continua acontecendo e de forma reincidente também na Bahia. Na última operação, no mês de abril, engenheiros agrônomos da ADAB (Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia) foram acionados pelos Correios que comprovaram a presença de 105 pacotes com conteúdo ilícito, após rastreados pelo scanner de última geração que inspeciona as postagens, na unidade operacional, na Via Parafuso. Todas as encomendas foram registradas nos termos de apreensão e destruição, conforme a Lei Postal 6538/78.



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A operação é resultado de um acordo de cooperação técnica entre ADAB e Correios para acompanhar o trânsito de mudas, flores e frutíferas além do material que acondiciona as plantas, como terra e vermiculita, passíveis de veicular pragas quarentenárias com poder de provocar estragos incalculáveis à agricultura baiana. “Além de estar praticando um crime, quem envia e recebe este material pode colaborar decisivamente para prejuízos econômicos e redução de postos de trabalho. Só no Vale do São Francisco, o maior pólo de fruticultura do país, seriam afetados cerca de 250 mil empregos diretos e indiretos, caso uma nova praga chegasse aos pomares existentes”, destaca o agrônomo e especialista em epidemiologia, Raimundo Sampaio.

Após as “sementes misteriosas” que chegaram a vários estados oriundas de países asiáticos e que traziam pragas quarentenárias, segundo laudos do Laboratório Federal de Defesa Agropecuária, o botão de alerta foi acionado. Na mesma operação com os Correios, os agentes identificaram que muitas encomendas em questão foram adquiridas pela internet, remetidas em sete estados e, através da Bahia, seriam destinadas a outros 12 estados brasileiros.



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Perigo postal

 

A ADAB através da Diretoria de Defesa Sanitária Vegetal fiscaliza, monitora e controla a entrada de pragas que podem trazer prejuízos às culturas do estado. “Assim sendo, toda a carga que apresente plantas, parte destas, sementes, borbulhas, só terá acesso ao estado se acompanhada da Permissão de Trânsito de Vegetais (PTV), caso não esteja com esse documento, será considerada produto clandestino, e durante a fiscalização, a ADAB apreende e destrói, evitando riscos à lavoura baiana. A via postal é uma das alternativas utilizadas para o acesso a todos os pontos, em um mundo cada vez mais globalizado, por isso, é fundamental o convênio com os Correios para que nos acione para interceptações quando necessário”, ressalta o diretor de Defesa Vegetal da Adab, Celso Duarte Filho.



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A orientação ao consumidor para evitar pragas e ervas daninhas em nosso estado é simples, segundo o agrônomo da ADAB e mestre em Fitossanidade, Urbano Cardoso. "Não transporte ou encomende plantas ou parte de plantas de qualquer espécie, por via postal, porque não há autorização dos órgãos de defesa agropecuários e certamente elas serão detectadas e apreendidas, conforme determina a Lei Postal. Uma inocente e bela plantinha ornamental pode causar estragos sem precedentes", enfatiza.

 

“Atuamos em parceria para evitar que os problemas apareçam, o convênio com a ADAB é fundamental para continuarmos detectando e evitando que diferentes pragas afetem a Bahia”, arremata Cleide Rezende, da coordenadoria de Segurança dos Correios.



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