A participação ativa do produtor no combate à Febre Aftosa esteve em pauta na tarde da última terça-feira (07), durante o IV Fórum Estadual do PNEFA. O evento, realizado em parceria entre a Federação da Agricultura da Bahia (Faeb) e a Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), trouxe, ainda, aspectos relacionados à suspensão da obrigatoriedade da vacina, como a importância da geolocalização de propriedades e melhorias na estruturação da vigilância ativa como requisitos exigidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), para integrar a Bahia ao grupo de sete estados do Bloco IV recentemente incluídos como Zona Livre de Aftosa Sem Vacinação.
Em palestra, o diretor do Departamento de Saúde Animal do MAPA, Geraldo Moraes, falou sobre a situação e perspectiva do Programa Nacional de Vigilância Para a Febre Aftosa (PNEFA) nos níveis nacional e estadual. Moraes apresentou um panorama sobre o PNEFA no Bloco IV e avaliou a colocação do Estado da Bahia no quadro geral de progresso dentro das estratégias do Programa. A expectativa é de retirada da vacinação obrigatória em todo o território baiano em 2023. “Nosso compromisso é fortalecimento e trabalhar juntos para avançar no plano estratégico de Brasil livre de Febre Aftosa sem vacinação”.
Um dos pontos altos do encontro foi a troca de experiências com Ody Hess Gonçalves, médico veterinário e coordenador estadual de Vigilância para Febre Aftosa e Síndromes vesiculares da Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (CIDASC - SC) e Onori Barbieri, produtor rural e vice-presidente da Federação da Agricultura do Estado de Santa Catarina (Faesc). Eles falaram sobre os desafios e oportunidades na interação entre setor produtivo e o Serviço Veterinário Oficial para evolução à Zona Livre de Febre Aftosa sem Vacinação. Eles apresentaram o histórico da doença em Santa Catarina e o trabalho de erradicação da Febre Aftosa no Estado, destacando a importância da união de esforços para o Estado ter alcançado as certificações e se manter livre da febre aftosa sem vacinação. “O que ficou para nós como lição é que ninguém atua sozinho para chegar ao status que Santa Catarina chegou. É preciso esforço, vontade, investimento e muito trabalho em conjunto, tanto para conseguir o mérito, quanto para manter nossa posição diante do Brasil e do mundo”, enfatizou Barbieri. “Mas pelo que vejo, aqui na Bahia, vocês já estão no caminho certo”.
Segundo o presidente do Sistema Faeb/Senar, Humberto Miranda, que já presidiu o bloco IV do PNEFA, do qual a Bahia faz parte, os indicadores analisados, o território baiano apresentou baixo índice de risco, o que lhe credencia a pleitear a descontinuidade do imunizante. “Estado fez o seu dever de casa e já é certificada zona livre sem vacinação, por não registrar casos há bastante tempo. Além disso, trabalhamos arduamente para que as todas as ações de defesa sanitária sejam adotadas para manutenção da segurança nas divisas”, enfatizou. Nesse sentido, o diretor geral da Adab, Lázaro Pinha reforçou que a defesa agropecuária é uma importante ferramenta para o desenvolvimento econômico do país “e não tem poupado esforços para melhorar o serviço, atendendo a produtores de todos os segmentos para garantir a sanidade dos rebanhos, a proteção das lavouras e, assim, ofertar alimentos de qualidade na mesa dos baianos”, disse.
O evento híbrido contou com a presença do superintendente substituto da SFA-Ba, Cássio Peixoto; e, representando o presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária (CRMV-Ba), Altair Santana, o coordenador do PNEFA, José Neder, o médico veterinário e coordenador do Programa de Suínos da Adab, Rui Leal, além de dirigentes de sindicatos rurais de diversos municípios baianos.