O Setor de Repressão e Combate de Abate Clandestino da ADAB (Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia) tem recebido crescentes denúncias em territórios distintos do estado e, nos últimos cinco dias, as operações culminaram com a prisão de duas pessoas que continuam à disposição da justiça, em Poções. Foram apreendidas duas toneladas de carne bovina e 6 mil galinhas de descarte.

Em Itambé, a Procuradoria de Justiça solicitou o apoio da Vigilância Sanitária local para ações e diligências da autarquia agropecuária sobre graves denúncias de abate e comercialização de carne, em condições inadequadas de higiene e que oferecem sérios riscos à saúde pública.



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Outra ação conjunta resultou na apreensão de carne clandestina nos municípios de Planalto e Poções. Os autores e responsáveis pelo transporte foram encaminhados à delegacia por policiais da 79ª CIPM e presos em flagrante por crimes contra a saúde pública, sem direito à fiança.

No sudoeste, região de Vitória da Conquista, também resultado de denúncias, dois caminhões carregados com 6 mil galinhas de descarte foram apreendidos circulando sem documentação legal. A Guia de Trânsito Animal (GTA) é obrigatória e traz informações gerais sobre as condições do plantel. “Sem a guia não conseguimos atestar se as galinhas estão em condições salutares, se os criatórios passaram por inspeção e se existe higiene e ração adequada, por isso, como já tem ocorrido nos últimos meses, as galinhas que estão vindo de Minas Gerais sem documento, são destruídas em graxaria. A tentativa insistente prejudica o mercado baiano e ameaça os empregos do segmento da avicultura”, ressalta Maurício Bacelar, diretor-geral da ADAB. 

“Receptadores e comerciantes que estão atuando no comércio ilegal devem ser punidos pois os riscos que oferecem à saúde pública são imensuráveis”, atesta o médico veterinário Delcarlos Martinez, coordenador da equipe que atuou no Território do Sudoeste.



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Economia arriscada

 

No Portal do Sertão, diversos currais de abate foram identificados e meia tonelada apreendida nos municípios de Santa Bárbara e Tanquinho de Feira.

Os agentes localizaram pontos clandestinos de abate e apreenderam oito carcaças de ovinos transportadas em carros de mão, em meio à muita sujeira, além de 150 kg de carne bovina. O ambiente chamou a atenção pelo forte odor e falta de higiene.

“Detectamos os currais tomados por areia e fato bovino e percebemos que estão instalados a 1 km de um matadouro frigorífico oficial. A economia dos produtores é de R$0,50 por cada kg de carne, ou seja, arriscam a saúde de todos para poupar muito pouco, além de correrem o risco de irem parar na cadeia. É uma situação inexplicável e que nos deixa indignados”, conta Ednilton Brito, coordenador do Setor de Repressão ao Abate Clandestino.

Em Pau Brasil, território do Litoral Sul, uma tonelada de carne foi apreendida em condições inadequadas para consumo humano. “O abate acontecia em matadouro descredenciado pelo serviço de inspeção oficial e em péssimas condições de funcionamento", relatou Carlos Amilton de Oliveira Filho, gerente da área animal em Itabuna. Todos os produtos resultantes das apreensões foram encaminhados à destruição em graxaria.


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