Uma eventual entrada da praga huanglongbing (HLB) na citricultura baiana causaria prejuízos da ordem de R$ 1,8 bilhão. Esse e outros temas foram discutidos na 3ª Conferência Internacional de Pesquisa em HLB, em Orlando, Flórida/USA, no início deste mês, entre os dias 03 a 07, esboçando o esforço mundial de enfrentamento dessa praga. O Estado, por meio da Secretaria de Agricultura (Seagri), foi representado pela Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) com a apresentação de estudos e pesquisas sobre os impactos gerados com a detecção da praga e as medidas recomendadas de prevenção e controle do trânsito de material propagativo (mudas).

A Bahia é o segundo produtor de citros no ranking nacional e, de acordo com o Secretário de Agricultura, o Engenheiro Agrônomo, Eduardo Salles, o Estado possui um cenário fitossanitário favorável à ampliação da citriculturadespertandomaior atenção dos organismos de defesa agropecuária e de pesquisa científica. “Os efeitos sociais e econômicos da introdução do HLBem território baiano seriam devastadores”, afirma Salles.

“Assim, para salvaguardar a cadeia produtiva dos citros, faz-se necessário compreender a dinâmica populacional dos vetores da praga, as condições ecológicas e ambientais, bem como estar sempre alerta para as possibilidades de entrada da praga nos pomares baianos”, afirma o Diretor Geral da Adab, Paulo Emílio Torres, ressaltando que defesa agropecuária se faz principalmente na ausência de pragas e doenças.

A Adab possui um Plano de Contingenciamento do HLB, com estratégias interinstitucionais e multidisciplinares para manter os pomares baianos livres da praga, como, por exemplo, inspeções fitossanitárias, monitoramento em áreas comerciais, armadilhamento em pontos estratégicos e fiscalização do trânsito de vegetais nas barreiras sanitárias. Para o Diretor de Defesa Sanitária Vegetal da Adab, Armando Sá, a Agência tem enviado esforços para monitorar a população do inseto vetor da praga (Diaphorina citri) e a invasão da bactéria nos principais polos produtores: Litoral Norte, Recôncavo, Chapada Diamantina, Oeste e Juazeiro, mantendo a Bahia na condição de “Área Livre de HLB”.

O evento contou com 467 participantes e 165 trabalhos expostos nas diversas áreas: Regulação e Experiências do Setor Produtivo; Epidemiologia; Sobrevivência, Detecção e Diagnose; Biologia, Genômica, Ecologia e Transmissão do Psilídio Asiático dos Citros; Manejo do Psilídio Asiático dos Citros; Manejo do HLB, qualidade da fruta, perdas econômicas; Interações Patógenas – Hospedeiro; e Tolerância e Resistência Hospedeira.

Uma das pesquisas apresentadas pela Coordenadora do Programa Fitossanitário da Cultura dos Citros da Adab, Dra. Suely Brito, explorou as ações do Programa de Vigilância do Estado realizadas pela Agência. O outro estudo, fruto do trabalho de mestrado em Defesa Sanitária Vegetal do fiscal agropecuário, o engenheiro agrônomo, José Mário Carvalhal, levou para o evento reflexões e estatísticas sobre os impactos econômicos e sociais causados pela introdução do HLB na Bahia. “Assim, a presença da Adab na 3rd. IRCHLB consolidou a Agência como uma instituição de relevância internacional atuando no enfrentamento ao avanço dessa praga que tem caráter transfronteiriço e de repercussão econômica mundial”, relataa coordenadora.

HLB

O HLB (ex-Greening)é a mais grave e destrutiva praga da citricultura mundial face ao impacto econômico que promove nas áreas onde se instala. O agente causal é classificado como praga quarentenária A2, segundo Instrução Normativa nº 52, de 20/11/2007 e Instrução Normativa nº41, de 01/07/2008, e constitui um fator de restrição à comercialização de frutos cítricos para países e unidades da Federação livres da doença.

A contaminação de uma área indene se dá por insetos vetores ou pelo plantio de mudas infectadas e é causada por uma bactéria, Candidatus Liberibacter spp. Em termos simples, as bactérias usam o inseto como meio de transporte e como residência temporária, se disseminando para todo o pomar. Até o momento não existe cura ou qualquer outro tratamento paliativo para árvores afetadas.

O controle do HLB é um programa a nível nacional coordenado pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e executado no Estado pela Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab).

Ascom / Adab