tuberculose enepi

A enfermidade encontra-se distribuída de maneira homogênea na Bahia e o risco anual de introdução na região sul do Estado, via comércio e trânsito de bovinos, também é baixo.

O trabalho realizado pela Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), fruto da parceria com o Laboratório Central de Saúde Pública Professor Gonçalo Moniz (LACEN) e a Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB), confirma, através de isolamento bacteriológico, a baixa prevalência da tuberculose bovina no estado da Bahia. Com objetivo de diagnosticar a enfermidade a partir de lesões sugestivas encontradas em 10 matadouros sob inspeção estadual, em cerca de um ano, dos 466.074 bovinos abatidos apenas 25 animais foram suspeitos de estarem com tuberculose bovina e 4 diagnosticados.

A coordenação do Programa Nacional de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose na Bahia (PNCEBT/BA) apresentou o resultado do trabalho de pesquisa durante o 2º Encontro Nacional de Epidemiologia Veterinária (ENEPI) ocorrido entre os dias 06 e 08 de julho, na Universidade de Brasília. Para a coordenadora estadual do programa e uma das autoras do trabalho, Luciana Ávila, esse trabalho representa a importância da vigilância sanitária em matadouros na identificação de enfermidades como a tuberculose bovina e a inovação em se utilizar ferramentas de suporte como o método de diagnostico para confirmar a ocorrência da enfermidade. “E, desta forma, permitir o desencadear de ações de investigação epidemiológica e educação sanitária nas propriedades focos identificadas”, afirma Luciana.

O médico veterinário da ADAB, Marcio Batista, que também atua no PNCEBT/BA e é autor do trabalho, ainda informa que os focos identificados ficaram distribuídos nos municípios de Terra Nova, Pedro Alexandre, Jeremoabo e Serrinha. “Isso nos permite direcionar o serviço de vigilância para o combate da enfermidade”, completa.

Combate à tuberculose bovina

Outro trabalho ainda mais amplo realizado pela ADAB em parceria com a Universidade de Brasília (UNB) e a Universidade de Minnesota (USA) utilizou diversas ferramentas em epidemiologia aprovadas pela OIE para caracterizar e apoiar na definição de estratégias direcionadas ao combate da tuberculose bovina em todo Estado da Bahia.

Utilizando metodologias como estudo de prevalência e fatores de risco, analise espacial e análise de risco foi possível conhecer em detalhes a situação epidemiológica da tuberculose bovina em nosso Estado. Assim foi possível descrever que a tuberculose bovina na Bahia encontra-se distribuída de maneira homogênea em todo Estado, com uma prevalência de foco 1,6% (1,0-2,6%) e de animais de 0,21 (0,07-0,6%), tendo como fatores de risco para sua ocorrência ser propriedade do tipo de exploração leiteira (OR= 9,72) ou mista (OR= 6,66) e ter mais de 18 fêmeas em idade ? 2 anos (OR= 8,44).

Um estudo de análise de risco permitiu ainda demonstrar que o risco anual de introdução da tuberculose bovina na região sul do Estado, maior bacia leiteira, via comercio e trânsito de bovinos é baixo, desde que sejam realizados exames nos animais, apontando para a importância na conscientização dos produtores em adquirir animais com exames negativos.

O diretor de Defesa Sanitária Animal da ADAB, Rui Leal, destaca a importância do trabalho que permite detalhar a atual situação epidemiológica da tuberculose bovina no Estado. “Ele já permite a adoção de medidas de vigilância com vistas à erradicação da enfermidade, que podem ser iniciadas nas regiões Norte e Centro do Estado por possuírem as menores prevalências, sendo necessária para isso a implantação de políticas públicas que permitam o saneamento das propriedades”.

Ascom/Adab

Assessora – Amanda Almeida

Agência de Defesa Agropecuária da Bahia – ADAB

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