Equipes da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), órgão vinculado à Secretaria da Agricultura, estão mobilizadas no município de Vitória da Conquista para informar e fiscalizar os criadores quanto ao uso da cama aviária para complementação alimentar do rebanho na região. A prática é proibida em todo o Estado e pode trazer sérios riscos aos animais como a transmissão da Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), mais conhecida como “Mal da Vaca Louca”. As ações de fiscalização que começaram no dia 12, seguem até esta sexta-feira (16) nas propriedades do município.

A “cama de frango”, nome popular dado a este alimento, é composta por dejetos, penas e resíduos de ração acumulados nos pisos das granjas . “Apesar de ser uma opção mais barata, a complementação alimentar dos bovinos com produtos e subprodutos cuja composição contenha proteína ou gordura de origem animal, como o caso da cama de frango, pode transmitir o Mal da Vaca Louca, causando danos incalculáveis à pecuária baiana e colocando em risco a saúde da população”, alerta o Diretor Geral da Adab, Paulo Emílio Torres, lembrando que, em função da gravidade da doença, a Bahia foi a primeira Unidade da Federação a determinar, através da Portaria Estadual nº 441/2008, a proibição da cama de frango.

O “Mal da Vaca” Louca é considerado uma zoonose, ou seja, enfermidade que pode ser transmitida ao homem, através da ingestão de carnes contaminadas. Dados da Organização Mundial de Saúde apontam para mais de 200 pessoas mortas pela contaminação da doença em todo o mundo. Diante deste cenário, a Adab publicou a portaria no início de 2009, tendo total apoio do Ministério da Agricultura (Mapa), Ministério Público e da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia (Faeb) e Comitê Estadual de Controle da Raiva dos Herbívoros e Outras Encefalopatias Transmissíveis. Vale ressaltar que não há registros de ocorrência da EEB no país, pois o sistema de alimentação do rebanho brasileiro utiliza, majoritariamente, capim.

Para evitar que a doença chegue no Brasil e na Bahia, a Adab vem realizando um intenso trabalho de fiscalização nas propriedades e campanhas de esclarecimento junto aos produtores. Também foi proibida a importação de animais vindos de países com registro da EEB e, periodicamente, a Adab realiza fiscalizações no abate de bovinos, caprinos, ovelhas e bubalinos, além da realização de exames em animais com suspeita de doenças nervosas. “Mas para o sucesso das ações é fundamental que o criador esteja consciente de sua responsabilidade e seja nosso parceiro, obedecendo às determinações de segurança sanitária da Adab”, salienta o Diretor de Defesa Animal da Adab, Rui Leal. “Só assim manteremos o rebanho sadio e a população livre de doenças”, diz.

“Ao ser constatado que houve uso de proteínas de origem animal na ração, os animais são encaminhados ao abate em frigoríficos do Sistema de Inspeção Federal (SIF), com aproveitamento da carcaça e a retirada do material de risco para EEB. E além disso os pecuaristas que incorrem nesta prática são encaminhados ao Ministério Público para a tomada das medidas legais cabíveis”, explica o Coordenador do Programa de Raiva dos Herbívoros, José Neder, ressaltando que a medida tem como base a Instrução Normativa nº 41, de outubro de 2009 do Ministério da Agricultura.

As ações de fiscalização contra a prática da cama de frango em Vitória da Conquista estão sob responsabilidade dos Fiscais Estaduais Agropecuários Marcelo Cardoso e Sérgio Vidigal Guimarães Barreto.

Ascom / Adab