Com 45 mil hectares, dos quais 17 mil cultivados por 2.800 agricultores familiares, o Vale do São Francisco produz em média 98% das frutas que são exportadas no país, com destaque para a manga, que abrange 90% da produção baiana que sai do Brasil. Com objetivo de manter esse status, e conter os prejuízos causados pela mosca-das-frutas, notadamente nesta região, o governo da Bahia, através da Secretaria da Agricultura da Bahia (Seagri) e a Biofabrica Moscamed Brasil, assinaram termo de cooperação para a disponibilização dos dados de monitoramento desse inseto no Vale do São Francisco, nos municípios de Juazeiro, Curacá, Sento Sé e Casa Nova. Essa praga é responsável por prejuízos da ordem de U$ 120 milhões por ano no Brasil, chegando a U$ 2 bilhões no mundo. Os órgãos também assinaram o termo de permissão de uso da unidade industrial, contando também com participação da Secretaria da Administração do Estado (Saeb), onde a sede da Moscamed está instalada.

 "Para se ter ideia do potencial da praga, esta mosca é como se fosse a febre aftosa da fruticultura”, exemplificou o diretor presidente da Moscamed, Jair Fernandes Virgínio. Ele ressaltou que o controle da praga também contribui para a redução do uso de agrotóxicos, e em consequência disso, os trabalhadores serão menos expostos aos efeitos destes produtos e os consumidores terão frutas seguras, respeitando os limites máximos de resíduos exigidos pelas organizações internacionais. A Moscamed se consolida no desenvolvimento de pesquisas na área de controle biológico através da produção de insetos estéreis e geneticamente modificados.

“Assim como conseguimos erradicar a febre aftosa na Bahia, estamos trabalhando no sentido de livrar a fruticultura da mosca-das-frutas”, destacou o secretário Estadual da Agricultura, Jairo Carneiro, ressaltando o papel dos produtores na tomada de medidas para o monitoramento da praga, “sendo proativos e fazendo a sua parte no combate às moscas-das-frutas, a exemplo do manejo cultural, com a realização periódica de podas de aeração, manutenção da área da propriedade limpa, sem a presença de frutos caídos no solo e catação de frutos em estágio avançado de maturação, com posterior destruição; medidas de exclusão, evitando o plantio ou manutenção de plantas hospedeiras desses insetos próximos às áreas de produção comercial de frutas; e controle biológico, com a técnica do inseto estéril”, disse.

A Moscamed Brasil é uma Organização Social (OS), sem fins lucrativos, que tem a missão de aportar soluções do ponto de vista tecnológico para a agricultura e saúde pública, notadamente direcionadas ao controle da praga da agricultura, denominada mosca-das-frutas, e do vetor da dengue, o mosquito aedes aegypti.

  

Ascom Seagri

Jornalista: Viviane Cruz

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