A Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), órgão vinculado à Secretaria da Agricultura, atenta à sustentabilidade do agronegócio baiano da bananicultura, tem desenvolvido ações integradas para evitar a introdução da Sigatoka-negra e do Moko, bem como monitorando o avanço da Sigatoka-amarela e mal-do-Panamá. Com esse intuito o Estado assina, esta semana, cooperação técnica com seis estados do Norte do país, delimitando ações integradas que aliam educação sanitária, pesquisa e fiscalização do trânsito de material vegetal.
A Bahia destaca-se como o segundo produtor nacional de banana, possuindo uma área plantada de 69.144 hectares, com uma produção de 1.145.044 toneladas, sendo a produtividade média de 16,56 t/há, segundo dados do IBGE. A bananicultura é produzida em todas as regiões baianas, inclusive no semiárido. A produção de banana na Bahia está concentrada na agricultura família, que representa 60% dos produtores. “Por essa razão é fundamental que todas as ações de defesa agropecuária sejam realizadas para proteger esse agronegócio”, ressalta o Secretário da Agricultura, Eduardo Salles.
O Estado da Bahia foi o primeiro a conquistar o status de área livre da Sigatoka-negra pela Instrução Normativa nº 20 DE 12/05/06 do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento. A Sigatoka-negra é causada pelo fungo Mycosphaerella fijiensis Morelet (Teliomorfa) ou Paracecospora fijiensis (Morelet) Deighton (Anamorfa). É a doença mais importante da bananeira e dos plátanos na maioria das regiões produtoras de banana do mundo. “Diante da importância sócio-econômica desta atividade, temos que planejar ações conjuntas com os estados produtores, visando a sustentabilidade e viabilidade da produção”, destaca o Diretor Geral da Adab, Paulo Emílio Torres.
Entre os principais problemas fitossanitários das regiões produtoras de banana estão as pragas do Mal-do-Panamá, as Sigatokas amarela e negra e o Moko. O mal-do-Panamá ou murcha-de-fusário é causado pelo fungo de solo Fusarium oxysporum f. sp. cubense. Este fungo está distribuído em diferentes condições edafoclimáticas, infecta diversas variedades de bananeira e causa prejuízos aos bananicultores, devido ao seu grande potencial destrutivo e da dificuldade de aplicação das medidas de controle. É uma doença endêmica por todas as regiões produtoras de banana do mundo. “E no Brasil, o problema é ainda mais grave em função das variedades cultivadas, que na maioria dos casos, são susceptíveis”, explica o Diretor de Defesa Vegetal da Adab, Armando Sá, lembrando que a doença é causada pela bactéria Ralstonia solanacearum, raça 2. É um dos maiores problemas fitossanitários da bananicultura na região Norte do Brasil, principalmente para o Amazonas e Amapá, onde sua incidência alcança 60% devido às condições ambientais favoráveis.
Ascom / Adab