Capacitação, orientação e intensificação da fiscalização do trânsito de vegetais. Esses foram os principais objetivos da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) durante a semana inteira de atividades no Oeste do estado, visando o combate à Monilíase do Cacaueiro, praga ainda indene em território baiano, mas tem provocado enormes prejuízos para lavouras de cacau e cupuaçu em todo o mundo. Seguindo uma das metas estabelecidas pelo Plano de Ação e com base na portaria 043/2021, a Agência treinou cerca de 50 profissionais, entre técnicos da própria autarquia e fiscais agropecuários da Agência de Defesa Agropecuária de Tocantins (Adapec).



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A Bahia está em alerta desde a notificação de um foco da Monilíase do Cacaueiro, no Acre, e vem realizando o monitoramento nas plantações, orientando equipe técnica e adotando ações preventivas para o impedimento da chegada da enfermidade em território baiano. Na ação desta semana foram trabalhadas as divisas da Bahia com o Tocantins e com Goiás. “Estamos fazendo nosso dever de casa, colocando em prática as medidas preconizadas em nossos planos e observando as técnicas utilizadas nos países onde a praga praticamente dizimou as lavouras”, afirmou o diretor geral da Adab, Oziel Oliveira.

 

“Justamente porque os cacauicultores baianos já sofreram muito com a vassoura-de-bruxa, nossos fiscais estão desenvolvendo um trabalho primoroso de prevenção com a Monilíase. Esperamos contar com o apoio de toda a cadeia produtiva, incluindo desde os agricultores até o Governo Federal para impedir a introdução desta praga na Bahia”, disse Oliveira, destacando que a Adab já executa, desde 2007, o Projeto Fitossanitário de Prevenção à Monilíase do Cacaueiro, contemplando ações de educação fitossanitária, capacitação técnica, identificação de pontos de ingresso e rotas de risco, além de levantamentos de detecção da praga e cursos de emergência.



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Riscos

 

Causada pelo fungo Moniliophthora roreri, a Monilíase é uma das mais sérias doenças do cacaueiro, infectando os frutos em qualquer fase de desenvolvimento chegando a causar perdas de até 100% da produção. “Ela já infestou lavouras em todos os países produtores de cacau da América Latina e o foco detectado no Acre colocou o Brasil em estado de alerta”, informou o diretor de Defesa Vegetal da Adab, Celso Duarte Filho, acrescentando que o poder destrutivo da praga é ainda pior do que a vassoura-de-bruxa, responsável pelo corte de mais de 250 mil empregos da Região Cacaueira do Sul da Bahia e a drástica redução da produção de cacau.

 

Diante desse cenário, a Adab uniu esforços com a Adapec já que esse estado é considerado uma barreira física natural à introdução da praga. Além disso, tem reforçado a atuação com a participação conjunta do Coordenador de Barreiras Sanitárias, Roberto Gama Pacheco, e do Responsável Técnico pelo Trânsito Vegetal, Uilian Costa de Almeida. “O reforço da fiscalização de trânsito é fundamental nesta etapa das nossas atividades e poder contar com a cooperação técnica do Tocantins é importante para evitar que a Monilíase se espalhe pelo Brasil”, enfatizou a coordenadora do Programa de Cacau da Adab, Catarina Cotrim, fiscal estadual agropecuária da Adab e que conduziu todos os cursos da semana.  Segundo ela, a gravidade da infestação da praga fez o Ministério da Agricultura (MAPA) decretar estado emergencial para o Acre, Rondônia e o Amazonas.

 

“Estamos lidando com uma cultura de importância econômica e uma praga das mais severas, cuja dispersão a grandes distâncias entre regiões e países ocorre por intervenção humana, principalmente pelo transporte de frutos infectados”, alertou a coordenadora da Adab.



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Ascom Adab 08/10/2021

Tel: 3091-2044 / 99948-8385