Besouro das Colméias

 
O Aethina tumida, conhecido popularmente como "Pequeno Besouro das Colméias", praga exótica que vem acometendo as colméias do Estado de São Paulo é tema da reunião do Comitê de Sanidade Apícola do Estado da Bahia no próximo dia 30/11, que ocorrerá na Secretaria de Agricultura do Estado da Bahia (SEAGRI).

O primeiro caso notificado da presença de coleópteros em uma colméia de abelhas aconteceu no dia 23/12/15, no município de Piracicaba, tendo sido realizado o atendimento pela Coordenação de Defesa Agropecuária do Estado de São Paulo - CDA. O estado vem tomando diversas ações de controle, cadastramento e vigilância epidemiológica visando o controle e combate a esta praga.

Até o momento já foram identificados diversos apiários, com focos de Aethina tumida. Recentemente foi identificado o "besouro das colméias" em uma colméia instalada na natureza, o que indica que esta praga não se restringe apenas a apiários comerciais.

As principais diretrizes do Ministério da Agricultura para o CDA são a eliminação dos focos de Aethina tumida, através do sacrifício e destruição e o monitoramento de apiários em áreas de risco. Apesar disso, a destruição de colméias tem sido questionada pela cadeia produtiva do estado e pela comunidade cientifica.

Para o Diretor de Defesa Animal, Rui Leal, "esta reunião tem fundamental importância para discussão da praga e dos problemas que ela poderá gerar para o estado, que está prestes a ser classificado como o 3º produtor de mel do Brasil. A cadeia produtiva, junto com o Mapa e ADAB precisam participar mais ativamente das ações de defesa sanitária e apoiar as ações pretendidas pelo programa".

A coordenadora de Programa de Sanidade Apícola, Rejane Noronha, informa que a "Agência iniciou um trabalho de mobilização e conscientização junto aos produtores sobre a importância do cadastramento dos apicultores e dos apiários existentes e da emissão de guia de trânsito animal para trânsito de abelhas rainhas ou colméias. É importante que os produtores comuniquem a ADAB qualquer suspeita da praga em território baiano (vigilância passiva), bem como incrementar a vigilância ativa junto aos produtores".

Rejane acrescenta que "os principais danos são causados pelas larvas do besouro, que se alimentam das larvas das abelhas e do pólen, inviabilizando a produção de mel que se torna impróprio para consumo humano, além de causar a fuga do enxame e o abandono da colméia".

Como identificar a Praga:

"Todos são capazes de identificar as características do inseto/praga facilmente visíveis a olho nu, devendo, ainda que se trate apenas de suspeita, coletá-lo, acondicioná-lo em um frasco limpo e bem fechado, contendo álcool 70% (até cobrir os besouros e/ou larvas), ou mesmo em um recipiente, sem álcool, no congelador, para viabilizar posterior confirmação. Assim que possível, a Defesa Agropecuária deve ser acionada", detalha a coordenadora.

As fêmeas são ligeiramente maiores que os machos e invadem as colméias de abelhas, onde botam ovos com aparência perolada, medindo 1,5 milímetros de comprimento. Esses ovos eclodem, gerando larvas que possuem diversas protuberâncias no corpo e podem medir até 9,5 milímetros. Após sua maturação, as larvas saem das colméias, indo ao solo, onde passarão ao estágio de pupa. Os besouros Aethina tumida que emergem são marrom claro e escurecem progressivamente. Os adultos medem, aproximadamente, um terço do tamanho das abelhas, podendo variar de acordo com a qualidade de alimentação e clima. São capazes de voar por muitos quilômetros (até 13 km), o que facilita a sua dispersão.

Esse besouro pertence à família Nitidulidae, com mais de 200 espécies, onde muitas são pragas de frutas. Existem relatos de que podem sobreviver alguns dias em frutas como abacate, toranja e melão, o que torna viável a sua disseminação através de carregamentos de frutas de regiões infestadas para não infestadas.

Wagner Machado
Assessoria de Comunicação
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