Uma força-tarefa com equipes da ADAB (Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia) entrou em ação no extremo sul da Bahia para combater os focos de raiva animal registrados nos últimos meses na região. A autarquia desenvolve ações educativas através de palestras, entrevistas de médicos veterinários com veiculação na mídia local para informação da população, além da vigilância epidemiológica e o controle dos morcegos hematófagos (que se alimentam do sangue de animais) nas áreas próximas aos focos da doença.
“Após receber a notificação por parte dos criadores, nos deslocamos para as propriedades e imediatamente adotamos procedimentos padrão de atendimento. Ações de vigilância epidemiológica estão sendo realizadas e foi instituída a obrigatoriedade da vacinação em animais que vivem nas áreas focal e perifocal, como forma de garantir a imunidade do rebanho e evitar maiores riscos e prejuízos econômicos. Além disso, estamos fazendo busca de abrigos dos morcegos na região e monitorando os abrigos e cadastrando-os, visando diminuir a circulação do vírus da raiva que tem como principal vetor, o morcego hematófago, lembrando mais uma vez que a raiva é uma doença que é fatal, não só para os animais como também para o homem ”, explica o veterinário Joesley Ramalho, da Unidade Veterinária Local de Medeiros Neto.
Foram registrados 11 casos no município de Itanhém, onde está o segundo maior rebanho bovino da Bahia e outro animal morreu em Medeiros Neto.
Integrantes do Programa de Controle da Raiva dos Herbívoros da ADAB estão em campo atuando para controlar de maneira eficaz a situação, com testagens laboratoriais. “Já está tudo sob controle, realizamos a vigilância epidemiológica e temos feito o atendimento em áreas perifocais, pois a raiva é também, uma questão de saúde pública por ser uma zoonose letal. Durante todo o ano, a vacina pode ser adquirida e desde que aplicada corretamente, tem efeito duradouro”, ressalta o coordenador do PNCRH, Marcelo Sampaio.
A variante viral detectada dos herbívoros é diferente da raiva que ataca os cães e gatos.
Os bovinos, caprinos, ovinos e equídeos afetados apresentam distúrbios do sistema nervoso que causam dificuldade de locomoção e depois paralisia, chegando a óbito em poucos dias, por isso, os cuidados têm que ser reforçados.
“É imprescindível que os criadores notifiquem a ADAB sobre a presença de animais com suspeita de raiva, e caso sejam localizados abrigos de morcegos, também nos comuniquem. No entanto, manter a vacinação em dia, que é anual e muito efetiva, é o caminho correto para assegurar a sanidade dos rebanhos”, pontua Marcelo Sampaio.