Cooperativas da agricultura familiar, produtoras de alimentos e bebidas, participaram, nesta sexta-feira (30), de rodada de negócios com investidores internacionais da América Latina e da Suécia. O objetivo do encontro, promovido pela Secretaria Estadual de Desenvolvimento Rural (SDR), por meio Superintendência de Agricultura Familiar (SUAF/SDR), em parceria com a Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex Brasil), é fomentar a exportação dos produtos originários dos Territórios de Identidade da Bahia.

A rodada de negociação, realizada na 9ª Feira Baiana da Agricultura Familiar e Economia Solidária, reuniu nove investidores e 20 cooperativas. De acordo com a analista de comércio exterior da Fieb, Lila Ribeiro, os investidores já demonstraram interesse em vários produtos da agricultura familiar, como o doce de umbu e o licor de licuri, além de cachaças, café, derivados do cacau, como chocolate, nibs e mel de cacau, carne, cereais e granola.

“Os compradores internacionais conversam com cooperativas e empresas privadas baianas, que demonstram os produtos e seus compradores analisam se têm interesse a partir daí começa a negociação, que normalmente se estende além deste encontro aqui, porque é preciso fazer o processo de cotação de logística. O tempo de negociação, geralmente, é de 12 meses”, explica a analista da Fieb. “As cooperativas têm produtos diferenciados e temos compradores interessados em diversos deles”, acrescenta.

De acordo com a diretora da Suaf, Elisabete Costa, a superintendência identificou cooperativas e associações com potencial para se adequar às exigências do mercado internacional: “Convidamos as que já estão aptas e também aquelas que não têm essa organização agora, mas que têm potencial para se adequar. Isso, para as cooperativas, representa mais uma alternativa de comércio e distribuição de seus produtos. Já estamos com o mercado mais consolidado no estado e agora abrimos essa perspectiva para o exterior”.

Para Valternei Dourado, presidente da Cooperativa Agropecuária Mista Regional (Coopirecê), de Irecê, os compradores ficaram entusiasmados com os derivados do milho produzidos pela cooperativa: “Eles se empolgaram com nossos produtos, principalmente depois da degustação”. “Nós temos uma grande estrutura e estamos hoje nos dedicando à fábrica de derivados de milho, como o flocão não transgênico e orgânico, o mingau de milho verde, multicereais, canjiquinha, mungunzá, e a cooperativa tem se destacado bastante nessa busca das pessoas por alimentos saudáveis”.

A Coopirecê foi a única do Nordeste a participar, no mês passado, da Expo Alimentar de Lima, no Peru, destacando-se entre as sete brasileiras. “Agora estamos tendo apoio do estado para modernizar nossos equipamentos e atender ao mercado nesse aumento da demanda. Nunca vi nenhum estado do Brasil dar o apoio que o estado da Bahia dá à agricultura familiar”, destaca.