Diante do quarto caso de Mormo na Bahia, o governo do estado busca alternativas para combater a zoonose e avalizar a sanidade dos equídeos

Monitorar os indivíduos que entraram em contato com animais reagentes positivos ao Mormo na busca pelo equilíbrio entre a saúde animal e a saúde pública. Este foi o objetivo da reunião realizada na última sexta-feira (01), na Secretaria de Saúde (Sesab), diante do quarto caso de Mormo confirmado na Bahia. O encontro foi provocado pela Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), vinculada a Secretaria de Agricultura (Seagri), ao solicitar do serviço de saúde do Estado, atenção especial por se tratar de uma zoonose –doença dos animais transmissível ao homem, que pode provocar pneumonia grave ou até a morte do indivíduo.

Uma breve explanação foi realizada pelos médicos veterinários da Adab, referente aos casos de mormo confirmados nos municípios de Feira de Santana, Itaberaba, Barreiras e Palmas de Monte Alto. A Sesab, através da superintendente de Vigilância Epidemiológica (SVE), Alcina Marta Andrade, apresentou a legislação da saúde vigente. “Desde já informo que o serviço de saúde da Bahia está em alerta e vai acompanhar de perto todos os indivíduos relacionados pela Adab que tiveram contato com os animais doentes, bem como nos referentes municípios”, ressaltou. A parceria interinstitucional entre Seagri e Sesab irá estabelecer um fluxo de informações eficiente, correlacionando sempre os casos de mormo aos pacientes com pneumonia grave.

Trata-se de uma enfermidade incurável de notificação obrigatória, provocada pela bactéria Burkholderia Mallei, que causa sintomatologia respiratória e cutânea nos equídeos. “Após a confirmação do primeiro caso de Mormo na Bahia, todas as medidas sanitárias e de vigilância foram implementadas conforme a legislação em vigor”, informou o diretor geral da Adab, Paulo Emílio Torres. “Mas acredito na força da defesa agropecuária que, em conjunto com os criadores, as instituições parceiras envolvidas e o Comitê Estadual de Sanidade Eqüídea, encontrarão mecanismos para enfrentar e combater o Mormo, como a melhoria da legislação vigente e do saneamento de propriedades-foco”, enfatizou.

A Agência intensificou as ações de vigilância epidemiológica, “mas não conseguimos manter a Bahia imune nem impedir que a enfermidade adentrasse ao Estado, que é grande e com muitas divisas”, informou o Secretário de Agricultura da Bahia (Seagri), Eduardo Salles, ressaltando que, atualmente, o Brasil se encontra vulnerável e a enfermidade está confirmada em todos os Estados do Norte e Nordeste, bem como em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraná, São Paulo e o Distrito Federal. “Em solidariedade aos criadores de cavalos do estado e a defesa agropecuária, desde a primeira semana do mês de setembro deste ano venho desenvolvendo ações com o objetivo de reverter a decisão do governo federal de cancelar os convênios plurianuais firmados entre o Ministério da Agricultura (Mapa) e estados do Brasil, destinado à defesa agropecuária animal e vegetal em ações fiscalizadoras e educativas nos diversos programas da Adab”, completou.

Reunião do Comitê Estadual

A 6ª reunião do comitê de sanidade eqüídea aconteceu no dia 31 de outubro, na sede da Adab em Salvador. Durante o encontro foram discutidos o panorama atual e as perspectivas do controle do Mormo no Brasil e na Bahia, estado detentor do maior rebanho equídeo do país.

A reunião teve início com a explanação das dificuldades no saneamento de propriedades-foco de Mormo, utilizando a Fixação de Complemento, conforme regulamentada Instrução Normativa 24. “A melhoria da legislação vigente foi defendida durante o Treinamento de Defesa Sanitária para Mormo realizado entre os dias 11 e 13 de junho em Cananéia, São Paulo. A Carta de Cananéia, assinada de forma unânime por todos os representantes de 19 estados ligados ao MAPA, órgãos executores estaduais, LANAGROs e UFRPE, sugere a inclusão do Western Blotting para o saneamento de propriedades-foco da doença”, alertou o coordenador do Programa de Sanidade dos Equídeos, Davi Freitas, ressaltando a necessidade urgente de aprovação das sugestões da carta aqui na Bahia.

O Major Adriano Chastinet, representando o Comando Geral da Polícia Militar, fez uma breve apresentação institucional destacando a capilaridade, a parceria histórica da PM com as diversas instituições representadas no Comitê e o apoio às ações de Defesa Sanitária Animal.

A equipe da Adab encontra-se em alerta epidemiológico para esta enfermidade e pronta para atuar no controle e diagnóstico, por isso solicita aos criadores de equídeos do estado que, ao perceberem animais suspeitos de Mormo, comuniquem imediatamente ao escritório da Adab mais próximo”, solicitou o diretor de Defesa Sanitária Animal, Rui Leal, lembrando que todos precisam fazer a sua parte, criador, veterinários autônomos e poder público, evitando prejuízos à defesa agropecuária, atividade tão importante para economia baiana.

A próxima reunião do comitê acontecerá durante a Fenagro, com data ainda a ser confirmada, quando será lançado oficialmente o comitê, mas o objetivo neste encontro será ouvir e esclarecer os criadores.

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