Os pequenos produtores do segmento de laticínio no semiárido baiano estão ampliando a capacidade de produção e o rol dos produtos para comercialização. Após inaugurada em dezembro de 2019, uma das menores plantas industriais do Brasil, já passou do status de associação para cooperativa e beneficia hoje 132 famílias. Os projetos de instalação são orientados pela ADAB (Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia).
Com capacidade para processar 1.500 litros de leite de cabra/dia, a pequena indústria instalada no distrito de Pilar, município de Jaguarari, já inspira a Universidade do Paraná que planeja a construção de um laticínio-escola nos moldes do empreendimento baiano.
O laticínio é a primeira das sete unidades pensadas pela Mineradora Caraíba como contrapartida social para o funcionamento na região. A segunda planta, já em adiantado processo de implantação, vai funcionar no distrito de Poço de Fora, em Curaçá. A Cooperativa Mãos do Campo que viabiliza a dinâmica da produção estima que com o funcionamento dos sete empreendimentos serão contempladas mais de 2 mil famílias no entorno do município de Senhor do Bonfim, que concentra a maior criação de caprinos e ovinos do mundo.
A caprinocultura movimenta a economia local e a presença dos laticínios favorece a geração de emprego e renda às famílias. Profissionais e técnicos da ADAB acompanham de perto os projetos, realizando a inspeção prévia das plantas e oferecendo suporte para o funcionamento.
“Ao ser convidado pelo secretário de Agricultura de Senhor do Bonfim, Fábio Cedraz para uma reunião com a Caraíba Metais jamais imaginava os resultados que conquistaríamos em tão pouco tempo. O projeto tem como foco principal beneficiar a agricultura familiar em uma região muito pobre. Em seguida, recebi uma solicitação do desembargador José Sebastião Cunha para que enviássemos detalhes do projeto para implantação em Ponta Grossa, no Paraná, com o objetivo de servir como laticínio-escola para estudantes dos cursos de Agronomia, Veterinária e Nutrição. Na Bahia, todas as pequenas indústrias com perfil de legalização passam a ser orientadas pela agência. É a ADAB saindo na frente para alcançarmos resultados satisfatórios favorecendo as famílias produtoras”, comemora o coordenador de Inspeção de Projetos Lácteos da ADAB, Adilson Pinheiro.
O laticínio produz queijo coalho de leite de cabra e, em breve, vai diversificar a produção com queijos finos, doce de leite, manteiga e iogurtes. “Essa movimentação estimula a economia e oferece novas perspectivas reforçando as ações do Governo da Bahia para oferecer desenvolvimento e inclusão social de famílias que vivem em áreas com baixo percentual de IDH (Índice de Desenvolvimento Humano)”, ressalta o diretor-geral da ADAB, Maurício Bacelar.
Observação: imagens realizadas antes da pandemia