Plano Safra

Mais crédito para a Bahia produzir mais e melhor. Esse é o foco das diretrizes traçadas no Plano Safra da Agricultura, Pecuária, Pesca e Aquicultura da Bahia 2015/2016, lançado nesta quinta-feira (13), pelo governador do Estado da Bahia, Rui Costa e pelo secretário da Agricultura, Paulo Câmera, no Bahia Othon Palace, na Ondina, em Salvador. O Plano Safra Bahia, que destina R$5,7 bilhões para o pequenos, médios e grandes produtores, tem o objetivo de apoiar os produtores rurais proporcionando condições necessárias para manutenção e expansão das atividades agropecuárias, de forma eficiente, competitiva, sustentável e em harmonia com o meio ambiente. Durante o evento, o governador e o secretário Paulo Câmera entregaram kits de proteção a marisqueiras de várias regiões do Estado.

Os recursos disponibilizados pelo Plano serão direcionados às operações de custeio, investimento e comercialização da produção, priorizando articulações e parcerias na consolidação dos interesses coletivos dos agricultores. A Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR) lançou também o Plano Safra da Agricultura Familiar (2015/2015), destinando R$1,5 bilhão para o segmento.

O secretário da Agricultura, Paulo Câmera, explicou que, além de estabelecer os encaminhamentos e prioridades para o setor agropecuário baiano, o Plano articula, reúne, integra e torna público importantes instrumentos da política agrícola, a exemplo do Crédito Rural, Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural - Pronamp, Programa Agricultura de Baixo Carbono - ABC, Política de Garantia de Preços Mínimos - PGPM e Programas de Apoio às Cadeias Produtivas.

Abrangendo ações que envolvem desde medidas de natureza conjuntural até as de caráter estruturante, o plano tem como um de seus focos a expansão do crédito com sustentabilidade, atendendo o médio produtor e o segmento empresarial. O presidente da Federação dos Trabalhadores da Agricultura na Bahia (Fetag), Cláudio Bastos, destacou a importância dos planos lançados e enfatizou que a Secretaria da Agricultura é uma importante instituição para a agropecuária baiana. Além de Bastos, participaram do evento líderes dos movimentos sociais, deputados estaduais, presidentes de associações e cooperativas de produtores, secretários de Estado, o ministro do Desenvolvimento Rural, Patrus Ananias e representantes da Desenbanhia, do Sebrae, da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), da Empresa Brasileira de Pesquisas Agropecuárias (Emprapa) e dos agentes financeiros. Da Seagri participaram o chefe de gabinete, José Pirajá, os superintendentes de Política do Agronegócio (SPA), Guilherme Bonfim, e de Desenvolvimento Agropecuário (SDA), Adriano Bouzas, além do presidente da Bahia Pesca, Dernival Oliveira e o diretor-geral da Agência de Defesa Agropecuária do Estado (Adab), Oziel Oliveira.

 “A agropecuária baiana é um segmento em franco crescimento, com relevante incremento na economia do Estado e precisa de uma atenção especial. O Banco do Nordeste tem recursos para apoiar todos os segmentos, desde a agricultura familiar, até o agronegócio. Só em 2014 investimos mais de R$2 bilhões na safra, beneficiando mais de 100 mil famílias na Bahia”, declarou o superintendente do Banco do Nordeste na Bahia (BNB), Jorge Bagdeve. 

Pesca e aquicultura

No plano, a Seagri também direciona ações para a pesca e a aquicultura, objetos de trabalho da empresa vinculada à instituição, Bahia Pesca, atividades com franco desenvolvimento nos últimos anos no Estado. A Bahia possui o maior litoral do Brasil, com 1200 km de costa, e 60 bilhões de m³ de águas continentais para uso na produção de pescado. Seus mais de 130 mil pescadores e aquicultores produzem 104 mil toneladas de pescado por ano, o que coloca a Bahia na 6ª posição do ranking nacional. “E nosso potencial de expansão é grande. Cada baiano consome, em média, 11 quilos de pescado por ano. A demanda ainda é cerca de 30% maior que a oferta. Por enquanto ainda estamos importando peixes de Santa Catarina e do Pará para suprir esta diferença”, revela o presidente da Bahia Pesca, Dernival Oliveira Júnior. “Hoje temos 89% da produção focada na pesca artesanal e apenas 11% em aquicultura. A ideia é que a gente possa equilibrar essa relação e seguir uma tendência mundial do crescimento da aquicultura”, complementa.

Estações meteorológicas

Ações de monitoramento e alerta de desastres naturais também são contempladas no plano, na parceria entre o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres (Cemaden) e a Seagri, que amplia a rede de coleta de dados meteorológicos voltados para a agricultura. “O aprimoramento das informações meteorológicas possibilita ao agricultor a tomada de decisões em todas as etapas da atividade agrícola de forma precisa, desde a preparação do solo até a colheita, armazenamento e transporte dos produtos, bem como o controle dos ambientes onde os animais são criados ou a adaptação das raças às condições do clima de cada região”, explicou o secretário Paulo Câmera.

De acordo com o diretor do Cemaden, Osvaldo Luiz Leal de Moraes, “a meta é instalar 213 estações metrológicas na Bahia este ano, fruto da parceria Seagri e Cemaden. Já foram instaladas 32 unidades, e cinco equipes técnicas estão em campo para instalar mais 77 até as próximas semanas. A previsão é que todas as estações estejam instaladas até o final de setembro”. Ele ressalta que são geradas informações com antecedência através das estações, o que facilita a elaboração de um planejamento prévio em cada safra. “O produtor não é pego de surpresa por fatores como mudança brusca de clima ou desastres naturais”, disse.

A implantação de estações meteorológicas no Estado é fruto do trabalho conjunto entre governo do Estado, através da Seagri, Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (INEMA) e Casa Civil, e governo Federal, por meio dos ministérios de Agricultura//Instituto Nacional de Meteorologia (MAPA/INMET), e de Ciência, Tecnologia e Inovação/Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (MCTI/CEMADEN).

Marisqueiras

Mais de 140 marisqueiras do interior do Estado receberam simbolicamente, durante o lançamento do Plano, kits de Equipamento de Proteção Individual (EPI) como parte das ações do Programa de Melhoria das Condições de Trabalho e Renda das Pescadoras, da Bahia Pesca/Seagri, destinado exclusivamente para mulheres trabalhadoras da pesca, para mitigar os acidentes ocupacionais no ambiente de trabalho das marisqueiras e promover a proteção contra os raios ultravioletas A e B.

“O kit é uma ferramenta essencial na proteção contra o câncer de pele e envelhecimento precoce, além de solucionar problemas relacionados às picadas de insetos, calosidades e cortes nas mãos e pés”, ressaltou o presidente da Bahia Pesca, Dernivel Oliveira. Composto por um par de luvas e botas em neoprene, camisa em dry, calça e boné em tectel com bloqueio de 98% dos raios UVA e UVB, esses equipamentos de proteção individual garantem qualidade de vida e condições de trabalho mais apropriadas para estas profissionais. Os kits entregues somam-se aos 60 já doados às marisqueiras e pescadoras da Região Metropolitana de Salvador (RMS).

Para Maria Cristina, 52, marisqueira da região de Itacaré, que há 20 anos desenvolve essa atividade, as ações do programa refletiram no aumento da produção de mariscos. “Ficamos muito felizes, porque recebemos os kits marisqueiras, aprendendo também como utilizá-los. Essa ação já está fazendo muita diferença no dia a dia do nosso trabalho”. Outra beneficiada pelas ações da Seagri/Bahia Pesca foi Claudinéia Nascimento dos Santos, 36 anos, de Ilhéus. “Antes a gente não era vista, mas agora temos nossos direitos reconhecidos com carteira assinada. Além da pesca que aumentou ainda mais nossa renda”, comemorou a marisqueira. 

Neste Plano Safra da Agricultura e Pecuária da Bahia 2015/2016, o processo de reorganização das cadeias produtivas, no sentido de promover a perfeita integração entre o setor agropecuário e a agroindústria, nos segmentos e áreas de maior potencial competitivo continuará sendo objeto de especial atenção.

Ascom Seagri

Viviane Cruz – DRT-BA 4735