“A prevenção deve partir dos tripés da fiscalização; conscientização do produtor, para que ele tenha conhecimento dos riscos e da importância das práticas preventivas a serem adotadas, além do desenvolvimento de pesquisas de mudas mais resistentes”, explicou o secretário da Agricultura da Bahia, Vitor Bonfim, durante reunião Comitê Técnico de Prevenção à Monilíase do Cacaueiro e produtores de cacau do sul e extremo sul do Estado, na última sexta-feira (4). A Bahia é território Livre da Monilíase, e a Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab) desenvolve ações para manter esse status, através do Plano Estadual de Prevenção e Controle da Monilíase do Cacaueiro. O Estado foi o primeiro do Brasil a desenvolver plano de contingência dessa praga. O encontro ocorreu no Parque de Exposição de Salvador, onde aconteceu a Feira Internacional da Agropecuária (Fenagro).

O agente causador da Monilíase é o fungo Moniliophthora, que provoca uma das mais graves doenças da cacauicultura do mundo. “A monilíase é uma ameaça em grande potencial, ainda mais grave que a vassoura de bruxa, praga que levou 200 mil empregos, baixou a renda regional para um terço, e chegou a reduzir a produção em um quarto. Hoje, conseguimos alcançar a produção de 180 mil toneladas, e o ponto positivo nisso tudo, é que a vassoura de bruxa nos deu régua e compasso para termos avançado muito em pesquisas na busca de variedades mais resistentes nos preparando para a monilíase”, destacou o pesquisador da Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), engenheiro agrônomo Adonias de Castro.
 
As ações do comitê técnico visam prevenir a entrada e o estabelecimento da monilíase (Moniliophthora roreri) do cacaueiro no Estado da Bahia, através de ações integradas de Pesquisa, Assistência Técnica, Educação e Defesa Sanitária Vegetal. “Existe o risco dessa praga chegar ao Estado, mas estamos trabalhando para que a agropecuária baiana esteja preparada para enfrentar esta praga. Cada encontro desta comissão é muito válido para evolução das ações, porque podemos colocar nossas inquietações”, explicou a coordenadora do Programa de Prevenção à Monilíase da Adab, Catarina Matos Sobrinho.
 
A revisão do Drawback (importação de insumos para reexportação com isenção de impostos), as barreiras sanitárias da Adab, o trabalho de prevenção fitossanitária nos aeroportos brasileiros e o aumento do rigor na análise de riscos de pragas nas amêndoas de cacau que entrem no País, também foram alguns pontos tratados na reunião.